A Justiça Federal do estado brasileiro do Rio Grande do Sul aplicou uma multa de 55 milhões de reais (10 milhões de euros) por danos morais e à saúde coletivos a um grupo de médicos que promoveu tratamentos ineficazes contra a Covid-19.

Os arguidos divulgaram informações erradas sobre o uso de certos medicamentos para tratar o coronavírus SARS-CoV-2, antes mesmo de ser diagnosticada uma infeção, incluindo medicamentos como a ivermectina e a cloroquina, que faziam parte do que é conhecido como “kit covid” que também era defendido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Ministério Público apontou que a campanha sob o título “Manifesto pela vida” lançada por um grupo que se autodenomina Médicos do Tratamento Precoce Brasil, além de recomendar substâncias ineficazes, não apontava os possíveis efeitos adversos do tratamento do coronavírus com esses medicamentos, que no caso do a cloroquina foi até contraproducente.

Além desse grupo, a Justiça Federal brasileira também condenou a empresa Vitamedic Indústria Farmacêutica, que já era investigada pela comissão parlamentar de gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil, que detalhou como faturou pela venda de ivermectina mais de 870.000 euros.

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Os restantes condenados são do Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) e do Grupo José Alves (GJA Participações), informa o portal de notícias brasileiro G1.

A gestão da crise pandémica pelo Governo do então presidente Jair Bolsonaro foi uma das mais criticadas, pelas suas reticências quanto à imposição de medidas de isolamento e restrições. A pandemia, apelidada por Bolsonaro de ‘gripezinha’, causou 700 mil mortos no Brasil.

Brasil ultrapassa 700.000 mortes em três anos de Covid-19