Umas sapatilhas azuis, duas fraldas usadas, a tampa de um biberão, uma capa de telemóvel e uma toalha verde aumentaram a esperança na selva amazónica onde mais de 350 pessoas continuam à procura de quatro crianças desaparecidas há 25 dias naquela que foi intitulada “Operação Esperança”.

No dia 1 de maio, uma avioneta do modelo Cessna 206 emitiu um alerta devido a uma falha no motor. Acabou por se despenhar na viagem que tinha como destino San José Del Guaviare, na Colômbia. Uma mulher, a mãe das crianças, o piloto e o copiloto foram encontrados mortos. E desde o primeiro momento que foi montada uma operação de buscas para encontrar os quatro irmãos: Cristin, de 11 meses, Tien Noriel, de 4 quatro anos, Soleiny, de nove anos, e Lesly, de 13 anos.

Já passaram 25 dias e as centenas de pessoas que estão no terreno não baixam os braços, com as novas pistas a servirem de novo fôlego pela crença de que as crianças podem estar mesmo vivas. Na quarta-feira, as Forças Militares da Colômbia anunciaram que foram encontradas umas sapatilhas azuis que, pelo tamanho, devem pertencer à criança de quatro anos.

Mais tarde, foram encontradas uma fralda usada e uma toalha verde e, noutro local, uma outra fralda, uma tampa de biberão e uma capa de telemóvel. O diretor de operações da Aerocivil, coronel Juan José López, refere que as novas descobertas permitem perceber que “as crianças deixaram o avião sem ferimentos”, uma tese que desde cedo começou a ser divulgada pelas autoridades.

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Tendo em conta o desgaste dos objetos encontrados, o exército colombiano acredita ainda que as crianças estiveram naquele local entre os dias 3 e 8 de maio — mais uma prova que sustenta ainda mais a narrativa de que os quatro sobreviveram e sem ferimentos graves (nunca foi encontrado um rasgo de sangue nos arredores do acidente).

Manuel Ranoque, pai das crianças, juntou-se às buscas pelos filhos que seguiam viagem para mudarem de viva e recomeçarem em Bogotá, depois de o homem ter sido ameaçado pelos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o que o obrigou a fugir de Araracuara, Caquetá.

“Emocionalmente não estou bem porque sofri um golpe muito grande, mas tenho muita fé que possivelmente estarei com os meus filhos, com a minha família, que é o mais importante”, disse num vídeo divulgado pelas Forças Militares da Colômbia no Twitter.