O exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) concordaram esta segunda-feira em prolongar por mais cinco dias a trégua que dura, em teoria, há uma semana, anunciaram os mediadores, EUA e Árabia Saudita.

O compromisso foi alcançado a poucos minutos do termo da atual trégua, que visa facilitar as negociações para uma cessação das hostilidades a longo prazo.

“A Arábia Saudita e os Estados Unidos congratulam-se com o acordo entre as Forças Armadas sudanesas e as Forças de Apoio Rápido para uma prorrogação de cinco dias do acordo de cessar-fogo que assinaram em 20 de maio de 2023″, afirmaram os dois países, que mediaram entre as partes, numa declaração conjunta.

Os dois países afirmaram que a prorrogação “dará tempo para mais assistência humanitária, restauração de serviços essenciais e discussão de uma possível prorrogação a longo prazo”.

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A guerra no Sudão eclodiu no passado dia 15 de abril entre o exército, comandado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, tendo os confrontos já provocado pelo menos 1.800 mortos, de acordo com dados da organização não-governamental que monitoriza conflitos ACLED.

A Arábia Saudita e os Estados Unidos, que mediaram a trégua de sete dias acordada em 20 de maio e que entrou em vigor dois dias depois, lamentaram que a trégua tenha sido “aplicada de forma imperfeita”, embora tenha “permitido a prestação de assistência humanitária, o restabelecimento de serviços essenciais a cerca de 2 milhões de sudaneses necessitados e a discussão de uma eventual prorrogação a longo prazo”.

A prorrogação foi acordada apenas 15 minutos antes do termo da trégua, às 19h45 GMT (hora de Lisboa), no decurso de conversações entre representantes do exército e das RSF na cidade portuária saudita de Jeddah, no mar Vermelho.

As duas partes ainda não comentaram o acordo, embora tenham sido trocadas acusações de violações da trégua e de ataques a civis ao longo do dia.

A trégua foi alcançada no âmbito de um compromisso das partes de não impedir a ajuda humanitária ou a sua entrada no Sudão, de permitir a livre circulação de pessoas, de não utilizar instalações de serviços ou habitações civis para fins militares e de reabilitar as infraestruturas danificadas pelos combates.