As obras para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) nos terrenos localizados no concelho de Loures devem estar concluídas em 20 de junho, segundo uma apresentação esta segunda-feira realizada, destinada a deputados municipais daquele município e de Lisboa.

Os deputados da Subcomissão sobre a Jornada Mundial da Juventude da Assembleia Municipal de Lisboa e os congéneres da Comissão eventual da JMJ da Assembleia Municipal de Loures visitaram esta terça-feira os terrenos da parte do concelho de Loures onde se realizará, entre 1 e 6 de agosto, aquele que é considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.

Segundo Fausto Marinho, coordenador da equipa multidisciplinar para a JMJ da Câmara Municipal de Loures, as obras, iniciadas em 24 de abril, deverão estar concluídas em 20 de junho.

“Foi um processo que andou rápido”, destacou, salientando que falta, por exemplo, colocar pontos de água, pontos de luz, casas de banho e zonas de resíduos.

Em Loures são esperados 870 mil peregrinos nos cerca de 75 hectares dos terrenos na margem norte do Rio Trancão.

Segundo o coordenador, vai ainda ser colocada uma vedação de dois metros de altura ao longo do passadiço que atualmente existe para evitar mergulhos no rio Trancão e também haverá vigilância das autoridades marítimas. “Todas as linhas de água serão vedadas”, assegurou.

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O transporte dentro do recinto “implica andar muito a pé” e para a falta de sombras do terreno ainda não existe uma solução, embora ao longo do percurso principal estejam previstas barracas com street food.

“Vamos ter de encontrar soluções para criar ambientes o mais frescos possível. É uma preocupação para a qual temos de encontrar uma solução”, tendo em conta que em zonas onde o piso é de betão e onde vão ser colocados contentores, a temperatura ambiente “pode chegar aos 40 ou 50 graus”, afirmou, destacando que há também um plano de drenagem para o caso de chuva.

Da entrada do terreno, na zona da Bobadela, até ao palco das celebrações são cerca de 2.500 metros e até ao fundo do recinto são 4.500 metros. Nesta entrada, do lado de Loures, ficará um hospital de campanha e ao longo do espaço existirão ainda sete postos médicos avançados, além de tendas para atendimento, acrescentou Fausto Marinho.

A estrada à beira rio será encerrada ao tráfego, porque servirá para entradas e saídas de emergência, mas a principal via de evacuação será o Itinerário Complementar 2 (IC2). A ponte da Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), que liga os concelhos de Loures e de Lisboa, vai servir para os peregrinos circularem entre os dois municípios, “mas com restrições”.

Esta ponte ciclável, da responsabilidade da EMEL, representa um investimento de 4,2 milhões de euros e já está quase concluída.

De Loures, também já se veem prontas a base do polémico altar-palco, que fica do lado de Lisboa, inicialmente orçado em 4,2 milhões de euros, mas que tem agora um custo total estimado de 2,9 milhões de euros.

No lado de Loures, o recinto vai ter 416 pontos de água (um baixo rácio de pontos de água por peregrino), 90 pontos de som e 35 torres multimédia, de onde os peregrinos mais afastados do palco poderão ver o Papa e acompanhar as cerimónias, e estão previstas 4.200 casas de banho.

No âmbito da logística do evento, a Câmara de Loures espera contribuir com 408 voluntários e 56 funcionários municipais. Até agora ainda não é conhecido o plano de mobilidade para o evento, que será da responsabilidade do Governo.

A Jornada Mundial da Juventude deve trazer a Lisboa e Loures, na primeira semana de agosto, cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures. As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

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*Notícia atualizada às 17h57 do dia 29 de maio de 2023