As autoridades da Índia anunciaram a morte de pelo menos 33 alegados militantes armados em diferentes áreas do estado de Manipur, no nordeste do país, que foi foi palco no início do mês de confrontos étnicos.

O líder do governo de Manipur, Nongthombam Biren Singh, disse no domingo que alguns militantes foram detidos: “Estamos a tentar encontrar os culpados, os militantes que estão a atacar civis”.

O governante insistiu que os confrontos ocorreram entre “desordeiros armados e forças de segurança, não entre comunidades”, pelo que pediu à população de Manipur “que mantenha a calma e permaneça unida”.

O chefe do exército da Índia, o general Manoj Pandey, chegou à capital de Manipur, Imphal, no sábado para tentar implementar uma estratégia para pôr um fim à violência, avançou o jornal New Indian Express.

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Cerca de 23 mil pessoas fugiram da violência étnica que abalou o estado indiano a 3 de maio e fez, pelo menos, 54 mortos, após uma marcha de protesto organizada por um grupo tribal ter levado a confrontos, nos quais automóveis e casas foram incendiados.

O exército mobilizou milhares de soldados em Manipur, estado fronteiriço com Myanmar (antiga Birmânia), e deu ordem para disparar indiscriminadamente em “casos extremos”. Toques de recolher foram impostos e a internet foi cortada.

Vários grupos tribais estão insatisfeitos com a perspetiva de ver a comunidade Meitei, maioritária no estado, reconhecida como “tribo classificada”, uma designação que lhes daria acesso a uma cota de empregos públicos e vagas no Estado.

O nordeste da Índia tem visto décadas de turbulência entre grupos étnicos e separatistas que procuram maior autonomia e até secessão.

Pelo menos 50 mil pessoas foram mortas em Manipur desde a década de 1950. Os conflitos diminuíram ao longo dos anos, com muitos grupos a fazerem acordos com Nova Deli para obterem mais poder.