Uma chavena de chá verde , seis quadrados de chocolate preto e alguns frutos vermelhos ou pedaços de maçã — esta pode ser a receita para contrariar a perda de memória e melhorar o funcionamento do cérebro.

O exemplo é dado pelo jornal britânico Telegraph, que noticia esta terça-feira um estudo de investigadores norte-americanos, publicado na revista científica PNAS, que mostra que os flavonóides — nutrientes que podem ser encontrados sobretudo em frutas e legumes, e que não são fabricados naturalmente pelo corpo humano — ajudam a melhorar o funcionamento cerebral.

Os flavonóides estão em alimentos e bebidas como chá verde, maçãs, frutos vermelhos, vegetais de folhas verdes, cebolas, cerejas, pêssegos, frutas cítricas, chocolate, alface, pimentos, uvas e até vinho. A dose inicialmente sugerida, e composta por chá, chocolate e frutos vermelhos, é uma combinação que compõe os 500 miligramas que um adulto deve tomar deste nutriente por dia.

É precisamente essa a dose do suplemento que foi dado, durante o tempo que este estudo decorreu — três anos –, a mais de 3.500 adultos saudáveis, com mais de 65 anos, descreve o Telegraph. Inicialmente, responderam a um formulário sobre o regime alimentar de cada um e fizeram exercícios de memória. Um, dois e três anos depois repetiram esses testes.

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Ora o resultado foi que os participantes que tinham inicialmente baixos níveis de flavonóides viram a sua memória melhorar em 16 após um ano, sendo que essa melhoria se manteve durante os dois anos seguintes.

Já as pessoas que já tinham por hábito consumir flavonóides suficientes não registaram diferenças.

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O estudo levanta assim a possibilidade de “usar dietas ricas em flavonóides ou suplementos para melhorar a função cognitiva em adultos mais velhos”, explicou ao mesmo jornal Adam Brickman, professor de neuropsicologia na Universidade de Columbia, Estados Unidos.

Como apontavam já estudos anteriores, fica assim reforçada a ideia de que os flavonóides melhoram o funcionamento do hipocampo, uma parte do cérebro diretamente relacionada com a capacidade de criar memórias.

A ideia dos investigadores passa agora por fazer um ensaio clínico com adultos que tenham deficiências graves de flavonóides, sendo que estão confiantes na hipótese de que reforçar esses níveis logo em pessoas de 40 e 50 anos possa melhorar significativamente as suas memórias no futuro.