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Viveu-se uma noite intensa nas capitais russa e ucraniana. Enquanto Kiev assistia a uma das noites mais difíceis desde o início da invasão, com um “bombardeamento massivo” que resultou na morte de uma pessoa, e fez ainda quatro feridos e dezenas de desalojados, Moscovo foi alvo de vários ataques com recurso a drones, um dos mais ferozes em território russo desde o início do conflito há mais de 15 meses.

As reações de Moscovo têm-se multiplicado de forma rápida e contundente. Por entre acusações à Ucrânia de ter levado a cabo um ataque “terrorista” e críticas vindas de fora à atuação do Ministério da Defesa russo, o Kremlin já deixou antever que o ataque não vai ficar sem resposta — com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, a afirmar que o país “tem o direito de tomar medidas mais drásticas”.

Da parte dos parceiros ocidentais da Ucrânia, as opiniões sobre a legitimidade do (suposto) ataque dividem-se. Os EUA demarcaram-se de uma eventual ação ofensiva por parte de Kiev, deixando claro que não apoia “ataques dentro da Rússia”. Posição diferente teve o Reino Unido, que defendeu a alegada ação ucraniana, sustentando que Kiev tem o “direito legítimo” de atacar a Rússia para lá das próprias fronteiras como método de defesa do seu próprio território.

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Rússia “tem direito a tomar medidas mais drásticas” após ataque a Moscovo, diz Ministério dos Negócios Estrangeiros russo

Eis um resumo dos outros acontecimentos que marcam esta quarta-feira na guerra na Ucrânia:

O que se passou durante o final da tarde e a noite?

  • Horas depois do ataque a Moscovo, o Ministério do Interior russo colocou dois importantes oficiais ucranianos na sua lista de procurados pela justiça, diz a CNN Internacional;

Ataque com drones em Moscovo: o que se sabe e o que falta saber?

  • Quatro pessoas morreram na Ucrânia nas últimas horas após mais uma vaga de bombardeamentos russos um pouco por todo o país;
  • Registaram-se uma série de explosões em Melitopol, com um membro da administração russa a acusar a Ucrânia de ter lançado “um ataque com mísseis” sobre a cidade ocupada. O responsável acrescentou, no entanto, que os sistemas de defesa aérea russos preveniram que tal acontecesse;
  • O governador de Belgorod relatou mais um ataque ucraniano na região, que nos últimos dias tem sido particularmente atingida por incursões das forças de Kiev. Pelo menos uma pessoa terá morrido;
  • Ao lado do primeiro-ministro sueco, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, apelou à Turquia para viabilizar a entrada da Suécia na NATO, entendendo que “não há razão para não se avançar”;

EUA afirmam que “chegou a hora” da adesão da Suécia à NATO

  • O líder da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) voltou a lançar um apelo à Rússia e à Ucrânia para que tomem medidas que garantam a segurança da central nuclear de Zaporíjia. “Um dia a nossa sorte vai esgotar-se”, advertiu Rafael Grossi;
  • A Geórgia, país candidato à União Europeia, confirmou que não irá impor sanções à Rússia, contrariando assim a posição de Bruxelas;
  • A Comissão Europeia defendeu hoje o prolongamento até pelo menos final de outubro do veto às importações de cereais da Ucrânia concedido a Polónia, Hungria, Bulgária, Roménia e Eslováquia devido a perturbações no seu mercado.

O que se passou durante a manhã e início da tarde?

  • As autoridades russas estão a investigar o ataque com drones a Moscovo esta noite. O Comité de Investigação adianta que, “de acordo com dados preliminares, não há vítimas”;

Rússia acusa Ucrânia de “ataque terrorista” após queda de drones em Moscovo

  • O governo russo, entretanto, já veio acusar a Ucrânia de ter levado a cabo um ataque “terrorista” com oito drones. O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou que o ataque com drones que aconteceu durante a noite em Moscovo foi uma tentativa de “provocar uma reação” por parte da Rússia;
  • Em Kiev, a situação desta madrugada foi descrita pelo autarca da capital ucraniana como um “ataque massivo” — e terá mesmo sido uma das noites mais difíceis até agora para os residentes de Kiev, de acordo com o relato feito à BBC pela deputada ucraniana Lesia Vasylenko, habitante da cidade;
  • O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, criticou duramente o governo russo por ter permitido um ataque com drones em Moscovo. ““Vocês são o Ministério da Defesa e não fizeram nada para antecipar. Porque raio permitiram que estes drones atingiram Moscovo?”, perguntou Yevgeny Prigozhin no Telegram;

Rússia diz que ataque em Moscovo é ação punitiva de Kiev

  • O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, diz que os sistemas de defesa aérea “funcionaram bem” e apontou o dedo a Kiev, dizendo ser “totalmente claro” que os ataques foram a resposta aos “ataques muito eficazes” da Rússia sobre a Ucrânia no domingo, garante;
  • O ministro da defesa russo, Sergei Shoigu, acusou o ocidente de estar a armar a Ucrânia com mais equipamentos e munições para uma ofensiva de “grande escala”;
  • O governo da África do Sul confirmou esta segunda-feira que, se Vladimir Putin (que é alvo de mandado de captura do TPI) visitar o país, terá imunidade diplomática. No entanto, o departamento de relações internacionais e cooperação do governo sublinhou que esta imunidade “não ultrapassa um mandado que possa ter sido emitido por um tribunal internacional”, deixando no ar a questão de se Putin estará, ou não, protegido.