No dia em que o Benfica foi recebido na Câmara Municipal de Lisboa para assinalar a conquista do título de campeão nacional, as atenções estavam voltadas para João Mário, que, no domingo à noite, anunciou a sua renúncia à seleção nacional. Questionado esta segunda-feira sobre o tema, o Presidente do Benfica defendeu o seu jogador e insistiu que a decisão do médio de 30 anos não se prende com uma questão de falta de patriotismo.

Rui Costa lembrou o seu próprio passado como jogador, e a renúncia à seleção nacional após o Euro 2004, garantindo que tal nunca colocou em causa o seu “orgulho” em vestir as cores nacionais.

Não está em causa gostar ou não da seleção. Mas chega-se a uma altura da carreira em que [o jogador] pode achar que já não têm mais nada para dar à seleção, ou que já não consegue conciliar as duas coisas”, sustentou o dirigente encarnado à entrada para um jantar de gala do Benfica no Convento do Beato.

Fazendo um balanço da época, Rui Costa reconheceu que “foi um ano difícil, longo e onde chegamos a ter alguma vantagem que nos fez pensar que estaria tudo encaminhado – como acabou por estar”. Sobre qual o jogo em que sentiu que o título já não fugiria, elegeu o encontro frente ao Sporting de Braga, que o Benfica venceu por 1-0.

Agora, diz, é olhar para o futuro – com a consciência de que a exigência vai aumentar. “Agora vem o mais difícil, e para perceber isso não é preciso ser Presidente. (…) Estou no futebol há uns aninhos, e ganhar a seguir a ganhar é sempre mais difícil do que ganhar o primeiro título”.

Rui Costa elegeu ainda Roger Schmidt como “o grande obreiro” do título, e uma aposta pessoal vencedora, mas da qual não quis retirar dividendos. “Não trabalho para mim, trabalho para o Benfica, e o que me orgulha é que uma decisão que tomei tenha servido os interesses do Benfica, tenha resultado, essa é a minha alegria”, declarou.

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