Vários jornalistas brasileiros foram agredidos por seguranças do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e por agentes que estavam ao serviço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após uma reunião de presidentes de países da América do Sul, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, noticia a Globo.

Maduro está numa visita oficial ao Brasil que tem gerado muita polémica e o auge aconteceu esta terça-feira, no final do encontro, quando o Presidente venezuelano prestava declarações. De acordo com a imprensa brasileir,a havia uma área reservada para os intervenientes que pretendessem prestar declarações após a reunião, mas gerou-se alguma confusão com a chegada dos chefes de Estado. No momento em que Maduro começou a falar, rompeu-se o cordão de segurança que separava os jornalistas e subiu a tensão na sala.

Há relatos de gritos e empurrões e, segundo a Globo, os seguranças tentaram impedir a aproximação dos jornalistas e um dos que estava ao serviço do GSI acabou por dar um soco a Delis Ortiz, da Globo. Não há registo das agressões em imagem.

No seguimento do sucedido, o Ministério das Relações Exteriores lamentou o “incidente no qual houve agressão a profissionais da imprensa” e assegurou que serão tomas “providências” para “apurar responsabilidades” pelos factos. Também a TV Globo repudiou o ato de violência e aguarda que haja “punição dos responsáveis” para que este caso seja tido como um exemplo e “para evitar que episódios como este se repitam”.

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O Presidente da Venezuela está no Brasil após oito anos de relações abaladas e com Lula da Silva a ter considerado absurdo absurdo que os países democráticos da Europa tenham reconhecido o opositor Juan Guaidó como Presidente da Venezuela, em 2019.

“Briguei muito com companheiros social-democratas europeus, com governos, com pessoas dos Estados Unidos. Achava a coisa mais absurda do mundo, para as pessoas que defendem democracia, negarem que você [Nicolás Maduro] era Presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo”, disse o Presidente brasileiro numa conferência de imprensa ao lado do homólogo.

Lula da Silva defendeu amplamente Nicolás Maduro, nomeadamente ao dizer ser “inexplicável um país [Venezuela] ter 900 sanções porque outro país [Estados Unidos] não gosta dele”.

O encontro entre os chefes de Estado do Brasil e da Venezuela ocorre depois de oito anos de relações abaladas devido a mudanças políticas no Brasil e também pelo isolamento global imposto por muitos países, incluindo os membros da União Europeia, à Venezuela na tentativa de pressionar o regime populista de Maduro a reverter o cerco às instituições e à democracia que consideram que este promove naquele país.