O ministro das Finanças considerou que a confirmação do crescimento da economia portuguesa no primeiro trimestre e o recuo da inflação para 4,0% em maio são “boas notícias”, que abrem boas perspectivas relativamente ao resto do ano.

“São boas notícias para a economia portuguesa, para as famílias portuguesas e para aquilo que podemos esperar do ano de 2023”, afirmou Fernando Medina em declarações à agência Lusa esta quarta-feira, reagindo aos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativamente ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a março (aumento de 2,5% em termos homólogos e de 1,6% em cadeia) e à evolução do Índice de Preços no Consumidor (IPC, que caiu de 5,7% em abril para 4,0% em maio).

Sobre o crescimento do PIB, o ministro salientou que é “a confirmação do crescimento da economia portuguesa puxado, no essencial, pelas exportações”: “Exportações de serviços, com destaque para o turismo, mas também exportações de bens, isto é, a indústria portuguesa a mostrar uma capacidade muito significativa de avançar relativamente aos seus mercados de exportação e, com isso, contribuindo para o aumento da riqueza do nosso país”, sustentou.

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Para Medina, o contributo nulo da procura interna para a variação homóloga do PIB no primeiro trimestre “acaba por ser um resultado positivo” no contexto de inflação elevada e de subida de taxas de juro, “dando espaço para que as exportações tivessem o seu contributo pleno para o crescimento” da economia.

Relativamente ao recuo da inflação em maio – a estimativa rápida do INE aponta para uma variação homóloga do IPC de 4,0% – o governante recordou que “a inflação já está em queda ao longo de vários meses”: “Isto reforça a nossa expectativa de que venhamos a ter, em breve, meses com inflação abaixo de 3%” e “é muito importante para as famílias, na medida em que tende a estabilizar as suas perspetivas relativamente ao poder de compra e às decisões que têm que tomar”, disse.

“O que estes dados indicam é que estamos a caminho de uma situação bastante mais estabilizada, bastante mais previsível e bastante menos turbulenta, do ponto de vista da evolução dos preços, do que aquela que sentimos ao longo do último ano e isso é da maior importância”, enfatizou.

Adicionalmente, o ministro referiu os dados do INE sobre o mercado de trabalho, que “mostram que não só o emprego continua a crescer (a população empregada no primeiro trimestre deste ano, face ao ano passado, continua a crescer), mas também os salários: As remunerações declaradas à Segurança Social no primeiro trimestre deste ano crescem 8%”.

Assim, destacou, “um conjunto muito importante de portugueses estão a ter aumentos salariais já acima daquilo que é a inflação prevista para este ano, o que é importante para atenuar as perdas de poder de compra que tiveram ao longo do ano de 2022”.

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Finalmente, o ministro das Finanças apontou “a evolução dos indicadores de confiança das famílias”, que em maio aumentaram para um máximo desde fevereiro de 2022, considerando que “também resulta de uma resposta importante que o Governo deu em 2022 e já em 2023 relativamente aos apoios e às transferências para as famílias”.

“Destaco aqui a importância da política orçamental e daquilo que foi feito do ponto de vista das transferências e dos apoios às famílias, porque este apoio à estabilização dos rendimentos e à diminuição da perda do poder de compra, que obviamente o contexto da inflação traz, foi muito importante na estabilização dos rendimentos e das expectativas das famílias”, declarou.