A companhia aérea easyJet disse esta quinta-feira que a adesão dos tripulantes de cabine à greve na empresa registava, perto das 13h, uma adesão de 58%, tendo o sindicato, por sua vez, referido, de manhã, 100% de adesão.

“A easyJet registou até ao momento um impacto de 58%. Ou seja, 42% dos tripulantes apresentaram-se ao serviço”, adiantou fonte oficial da transportadora.

Estes números contrastam com os que foram avançados à Lusa, esta quinta-feira de manhã, pelo presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Ricardo Penarroias.

“À semelhança dos outros dias de greve a adesão é de 100%. Os voos já tinham sido cancelados previamente pela empresa aquando do nosso pré-aviso de greve e dos serviços mínimos decretados”, referiu.

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De acordo com Ricardo Penarroias, esta quinta-feira só estão a realizar-se serviços mínimos em Lisboa e no Porto, estando em Faro todos cancelados.

Tripulantes de cabine da easyJet cumprem esta quinta-feira quarto dia de greve

“Hoje há 12 voos cancelados em Faro, ou seja todos, 44 em Lisboa e 26 no Porto. Vão realizar-se 10 voos de serviços mínimos no Porto e seis em Lisboa”, adiantou.

Segundo o presidente do SNPVAC, a empresa assumiu que o impacto da greve seria de 100% e, por isso, cancelou voos antecipadamente.

Quanto às negociações continuamos num impasse. A empresa tem uma postura que nós não entendemos muito bem. Confrontados com o pré-aviso de greve, a empresa decidiu que não quer sentar-se à mesa connosco durante o período de greve”, contou.

No dia 11 de maio, em comunicado, SNPVAC disse que a easyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas “trabalhadores menores” perpetuando a sua “precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países”.

De acordo com o sindicato, “o clima de tensão e desagrado e o longo impasse na resolução dos diversos diferendos laborais, levaram o SNPVAC a apresentar um pré-aviso de greve” para os dias 26, 28 e 30 de maio e 1 e 3 de junho.

Nos três dias de greve já cumpridos, o sindicato e a transportadora têm apresentado números muito diferentes, com a easyJet a referir adesões entre 55% e 60% e a estrutura sindical a apontar para 100%.

A paralisação abrange “todos os voos realizados pela easyJet”, bem como os “demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos”, cujas “horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00h01 e fim às 00h de cada um dos dias” mencionados, lê-se no pré-aviso de greve, divulgado pelo sindicato.

Quando foi marcada, a easyJet disse ter ficado “extremamente desapontada” com a convocação da greve, considerando a proposta do sindicato de aumentos entre os 63% e os 103% “impraticável”, e anunciou que ia fazer alterações nos voos antes da greve, para mitigar o impacto nos clientes.

Num comunicado no dia 19 de maio, o SNPVAC garantiu que “a easyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados”.