Tabaco, cirurgias plásticas, apostas online, produtos financeiros, jogos de sorte. Os influencers franceses vão deixar de poder promover aqueles negócios daqui a duas semanas. Caso arrisquem fazê-lo, podem pagar uma multa que pode chegar a 30 mil euros ou podem mesmo ser condenados a uma pena de prisão que pode chegar aos dois anos.

De acordo com a BBC, é a primeira vez que um país europeus aplica esta medida. O objetivo é proteger os consumidores de serem aliciados ou de serem alvo de práticas comerciais enganosas. Os legisladores franceses argumentam que os influencers têm um grande número de seguidores nas redes sociais, podendo definir tendências e ludibriar o seu público.

Era necessário, por isso, “clarificar os contornos” das atividades dos influencers, frisando a “responsabilidade e as obrigações” que possuem devido ao número elevado de seguidores. Atualmente, de acordo com uma contabilização do Ministério da Economia, Finanças e Soberania Digital e Industrial, existem 150 mil influencers que criam conteúdos destinado ao público francês.

A lei foi esta quinta-feira aprovada por unanimidade pelo Senado francês, após ter passado pelo Parlamento francês. Para uma das autoras da lei,  Stéphane Vojetta, é uma prova do “grande apoio” da medida. “Há um entendimento claro da necessidade de responder urgentemente a este desafio”, afirmou, em declarações à ABC News.

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Para além do impedimento em promover uma série de negócios, os influencers franceses também terão de obrigatoriamente identificar os produtos ou serviços a que fazem promoção. Caso modifiquem ou editem as imagens, também terá de ser identificado o que foi alterado.

Apesar de não haver uma proibição, na promoção a comida processada ou a refrigerantes, os influencers terão de aconselhar os consumidores a praticarem atividade física, alertando para os riscos que comportam aqueles alimentos e bebidas para o seu estado de saúde.

O ministro da Economia, Finanças e Soberania Digital e Industrial, Bruno Le Maire, acredita que os influencers são um setor da população que “cria empregos” e valoriza a “cultura francesa e a criatividade”. “A melhor maneira de os proteger é definir regras para que neste setor dinâmico não haja pessoas que se aproveitem de certos consumidores”, sublinhou.