A dois meses da abertura da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, continua a expectativa sobre o programa integral do Papa para os dias de permanência em Portugal para o encontro com mais de um milhão de jovens.

Em concreto, a curiosidade reside, nomeadamente, em saber que tipo de gesto Francisco terá para com as vítimas de abuso sexual no seio da Igreja Em Portugal, mas, também, que visitas a instituições de cariz social fará durante a sua estadia em Lisboa. Essas visitas são uma tradição na JMJ.

Para já, o que se sabe é que esta será a mais longa visita de um Papa a Portugal — cinco dias —, tendo o Vaticano confirmado que Francisco chegará a Lisboa no dia 2 de agosto, não sendo ainda conhecida a hora, e regressará a Roma ao final do dia 6, após um encontro com os milhares de voluntários que trabalharão na JMJ.

O local onde pernoitará será a Nunciatura Apostólica, em Lisboa, a embaixada da Santa Sé em Portugal.

Com a expectativa de congregar em Lisboa mais de um milhão de jovens de todo o mundo, a JMJ começará oficialmente no dia 1, à tarde, no Parque Eduardo VII, com a missa de abertura presidida pelo anfitrião do encontro, o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente.

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Logo após a divulgação das datas de permanência do Papa em Portugal, Manuel Clemente, partilhou, numa nota, a “alegria por poder participar nesta Jornada Mundial da Juventude” e expressou “gratidão a todas as autoridades” do país, que “ajudam a tornar possível esta Jornada”.

Segundo o patriarca, “para trás ficam muitos encontros, muitos desejos e interrogações, muito trabalho feito ao longo de anos”.

Catequeses, espetáculos, performances, conferências e cerimónias religiosas múltiplas ocuparão os jovens durante os dias seguintes, que serão marcados pela cerimónia de acolhimento, também no Parque Eduardo VII, na quinta-feira, dia 3, com o Papa Francisco, cujo programa já conhecido prevê, para o dia seguinte, a participação na Via-Sacra, no mesmo local.

No sábado, será a vez de rumar a Fátima, logo pela manhã, para uma cerimónia mariana num Santuário que deverá registar a maior enchente do ano, tendo em conta a presença em Portugal de muitos emigrantes de férias, que têm habitualmente a Cova da Iria como ponto de passagem, bem como de milhares de católicos que, não podendo deslocar-se a Lisboa durante os dias da JMJ, aproveitarão para estar com o Papa neste momento.

“É para nós uma grande alegria poder acolher de novo o Papa Francisco aqui no Santuário de Fátima”, afirmou o padre Carlos Cabecinhas quando foi confirmada, no início de maio, a deslocação do pontífice à Cova da Iria.

Segundo Cabecinhas, é sabido “o quanto a mensagem de Fátima está ligada ao Papa e à oração pelo Papa”.

Por isso, poder acolhê-lo de novo, para rezar com ele e por ele é para nós motivo de grande contentamento e, por isso, é essa alegria que expressamos. Esperamos que todos os peregrinos que aqui estarão para o acolher também vivam aqui essa grande alegria de estar de novo com o Papa”, acrescentou.

Ainda no sábado, o Papa presidirá à vigília, no Parque Tejo, antecedendo a missa principal da JMJ, que terá lugar no domingo de manhã naquele espaço dos concelhos de Lisboa e Loures.

O programa do Papa reserva para a tarde de domingo um encontro com os voluntários, muitos dos quais, tendo em conta as tarefas que desempenharão durante a semana, apenas nesse momento verão Francisco.

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Esta é a segunda deslocação do Papa Francisco a Portugal, depois de, em 2017, ter presidido às cerimónias do 13 de maio, no Santuário de Fátima, numa visita no âmbito do centenário das aparições e que ficou marcada pela canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.

É uma visita que a Conferência Episcopal Portuguesa quer que represente “um forte momento de renovação e graça para a Igreja em Portugal, especialmente para os jovens”, chamados a serem evangelizadores.

Francisco é o quarto Papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI em 1967, João Paulo II em 1982, 1991 e 2000, e Bento XVI em 2010.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a edição da Jornada Mundial da Juventude, entre os dias 1 e 6 de agosto deste ano.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A edição deste ano esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJ Lisboa 2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano. Este gesto marcou a abertura mundial das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa.

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A dois meses do evento, já iniciaram o processo de inscrição cerca de 600 mil jovens de 184 países.