Representantes dos pais consideraram esta sexta-feira que a situação que se vive nas escolas não é razoável e pedem ao Governo que garanta a realização dos exames, defendendo que as greves não podem “hipotecar o futuro” dos alunos.

A posição da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) surge dois dias após a plataforma de nove organizações sindicais ter anunciado greves aos exames nacionais e às avaliações finais.

“Reconhecendo o legítimo direito de defender os interesses profissionais, [a Confap] não pode deixar de considerar que o que se vive na escola pública determina, de forma grave, um prejuízo para a sua missão e adensa as desigualdades no direito à educação”, escreve a confederação em comunicado.

A contestação dos professores, motivada pela reivindicação de recuperação do tempo de serviço que esteve congelado até 2018, prolonga-se desde o final do ano passado, com sucessivos protestos e greves que com impacto no normal funcionamento das escolas.

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Preocupados com as consequências nas aprendizagens dos alunos, sobretudo após o período de pandemia de covid-19, os representantes dos pais consideram que “não é razoável que o mundo dos adultos suspenda o presente das crianças e dos jovens”, pelo impasse que se vive entre sindicatos e o Ministério da Educação.

Apesar de se manifestar solidária com as reivindicações dos professores, defendendo a necessidade de rever as suas condições profissionais, a Confap critica a realização das greves aos exames e avaliações finais e afirma que “a legitimidade de todos os interesses e de todos os direitos não deve conflituar ao ponto de hipotecar o futuro” dos alunos.

A associação exige ao Governo que crie condições que garantam “que todos os alunos realizarão, em tempo útil e oportuno, a avaliação do seu trabalho”.

Da parte da tutela, o Ministério da Educação já adiantou que irá pedir que sejam decretados serviços mínimos, de forma a “garantir o interesse dos alunos e famílias — em particular na dimensão de previsibilidade que o ciclo avaliativo deve ter”, além do acesso ao ensino superior.

Além das greves da plataforma sindical, o Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) anunciou esta sexta-feira uma greve às avaliações finais de todos os anos de escolaridade, além de uma greve a todo o serviço durante a próxima semana.

O sindicato já tinha prevista uma greve às avaliações na próxima semana, para a qual foram decretados serviços mínimos, mas apenas para as avaliações do 12.º ano.

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