O mandato de António Costa termina em agosto próximo mas o seu mandato como secretário-geral vai continuar até março de 2024, como permitem os estatutos do PS. É esta a primeira consequência da decisão da Comissão Nacional, o órgão que representa uma espécie de parlamento dos socialistas, de adiar a realização do 24.º Congresso de 9 e 10 de setembro próximo para 15 a 17 de março de 2024.

A decisão, que foi anunciada por Carlos César no final dos trabalhos que decorreram no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos, foi aprovada por maioria e é a confirmação de uma notícia em primeira mão do Observador.

PS empurra congresso para início de 2024 e tenta desfazer nó do calendário para o pós-costismo

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“O PS considerou como uma boa possibilidade a realização do congresso no primeiro trimestre de 2024. O mandato dos órgãos eletivos tem a duração de dois anos. O disposto no número anterior não prejudica a possibilidade de ajustamentos do calendário eleitoral interno quando tal for reconhecido pela Comissão Nacional do Partido, tendo sobretudo em atenção os ciclos eleitorais”, afirmou Carlos César ao Observador a 23 de maio.

Apenas algumas vozes divergentes, como Daniel Adrião (o rosto da oposição interna a António Costa), votaram contra esta proposta. Os calendários do partido não são definidos “em função das necessidades dos seus líderes ou das suas maiorias circunstanciais”, afirmou Adrião à entrada para a reunião.

Com esta decisão, permitida pelos estatutos do partido e aprovada por larga maioria, o secretário-geral António Costa consegue com que a disputa pela sua sucessão aconteça apenas no final da atual legislativa, em 2026. Isto, claro, se a legislatura se cumprir de forma normal.