Cerca de 500 mil pessoas protestaram este domingo nas ruas de Varsóvia, na Polónia, contra o atual governo, numa altura em que as eleições legislativas estão previstas para novembro, adiantaram os organizadores.

“Neste momento, estimamos a presença de cerca de 500 mil pessoas”, disse à Agence France-Press (AFP) o porta-voz da organização da manifestação, Jan Grabiec. O dirigente estima ainda que este protesto seja o maior dos últimos 30 anos. Os manifestantes contestam o aumento do custo de vida, a trapaça e a mentira e defendem a democracia, as eleições livres e a União Europeia, vincou.

Os líderes da maioria dos partidos da oposição encorajaram os seus militantes a juntarem-se à “grande marcha” contra o partido Lei e Justiça (PiS, no poder) e o seu líder, Jaroslaw Kaczynski.

“Basta!”, “Não queremos uma Polónia autoritária” lia-se em cartazes exibidos pelos manifestantes e dirigidos à maioria que, há quase oito anos, governa o país e numa altura em que se aproximam as eleições legislativas, previstas para novembro.

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Na quarta-feira, o ex-primeiro-ministro polaco e atual líder do partido Lei e Justiça (PiS, no poder), Jaroslaw Kaczynski, afirmou ser “quase certo” que a Rússia tentará desestabilizar as eleições legislativas na Polónia.

Numa entrevista, o líder do partido nacionalista conservador disse que a oposição poderá “iniciar as provocações” que rapidamente serão aproveitadas por Moscovo, para interferir no resultado final das eleições.

Num momento em que os partidos começam a preparar a campanha para as eleições — nas quais o PiS aparece à frente nas sondagens, embora provavelmente precise de uma coligação para governar — o Presidente polaco, Andrzej Duda, aprovou uma lei para investigar a influência russa nos últimos anos, embora a iniciativa ainda tenha de passar pelo Tribunal Constitucional.