O primeiro-ministro português visitou esta segunda-feira duas empresas nacionais consideradas de referência na região de Luanda, nas áreas das infraestruturas e gases industriais, e defendeu que Portugal está a corresponder ao objetivo angolano de diversificação da sua economia.

“As prioridades [de investimento externo] estão definidas pelo Governo de Angola. Estamos perante uma oportunidade de criar emprego, formar recursos humanos, além de se satisfazer necessidades tão diversas como escolas, hospitais, habitação e infraestruturas diferentes”, declarou António Costa.

Em declarações aos jornalistas, no final da sua visita à Casais Angola, na zona de Via e antes de se deslocar à Acail, a poucas centenas de metros da primeira, o primeiro-ministro português disse que estas duas empresas “são um bom exemplo de como Portugal e Angola, juntos, fazem mais e melhor”.

Numa alusão à nova linha de financiamento de projetos em Angola no valor de dois mil milhões de euros, o líder do executivo português voltou a salientar que será o Governo angolano a definir quais as prioridades em termos de investimento.

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“Depois, as empresas fazem a obra. É assim que ajudamos ao desenvolvimento das nossas relações bilaterais”, completou, antes de visitar a Acail, numa deslocação em que esteve sempre acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, das Finanças, Fernando Medina, da Economia, António Costa Silva, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

Em declarações à agência Lusa, o diretor financeiro da Casais Angola, Luís Faria, disse que a empresa tem neste momento 2.500 trabalhadores e está presente no mercado angolano desde 1999.

Dos projetos, destacou a montagem de condutas para abastecimento de água a Luanda, que estará avaliado na ordem dos 350 milhões de euros e que aguarda acordo com o Ministério das Finanças de Portugal para arrancar nos próximos meses.

Entre as obras já concretizadas, o diretor financeiro realçou a construção do Hospital Materno Infantil em Camama, nos arredores de Luanda, que representou um investimento de cerca de 200 milhões de euros.

Segundo o Governo português, a Casais Angola é um dos principais atores no setor da engenharia e construção no mercado angolano, contando com várias obras de referência neste pais, entre as quais as infraestruturas da Vila da Muxima. Este é um projeto considerado prioritário para o executivo angolano e enquadrado na linha de financiamento Portugal-Angola.

Além da construção civil, a Casais tem feito uma aposta no segmento da indústria, nomeadamente com bases industriais no ramo da metalomecânica e carpintaria.

De acordo com o executivo de Lisboa, a Acail é uma empresa de referência no setor dos produtos siderúrgicos, produção de gases industriais, alimentares e medicinais, pré-fabricados em betão e comércio de medicamentos.

Para lá das suas instalações industriais classificadas como sendo de excelência, em particular no ramo dos gases, a Acail tem investido no setor da saúde, em particular na conceção, construção e gestão de centros de hemodiálise, estimando-se ser responsável por uma larga maioria deste mercado em Angola.

O primeiro-ministro termina esta segunda-feira o seu primeiro de dias de visita oficial a Angola numa receção com empresários num hotel de Luanda.

O Governo português refere que para esta receção estão convidados cerca de uma centena de empresários portugueses com negócios em Angola e de setores variados: construção e engenharia, banca, energia, agroalimentar, consultoria, saúde, turismo. Estarão presentes também membros do Governo angolano.