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Ao 467.º dia de guerra o Ministério da Defesa russo reconheceu que operações ucranianas em larga escala arrancaram em cinco localizações da linha de frente de guerra na região de Donetsk. Moscovo garante ter repelido os ataques e ter infligido baixas, informações sobre as quais Kiev não se pronunciou para já.

Ao longo dos últimos dias as forças ucranianas aumentaram os ataques em várias frentes, numa ação ofensiva que por esta segunda-feira já se estendia em vários setores da linha da frente. Alguns oficias norte-americanos, que falaram em anonimato ao jornal New York Times, dizem ver no reforço destas ações um possível sinal de que a aguardada contraofensiva ucraniana, em planeamento há vários meses, poderá ter começado.

Sem se pronunciar sobre datas, o próprio chefe do Estado-maior das Forças Armadas dos Estados Unidos afirmou que a Ucrânia está “bem preparada” para executar a sua contraofensiva. Alertou, contudo, que “é muito cedo” para falar sobre as consequências que podem decorrer destas operações.

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Esta segunda-feira também ficou marcada pela notícia, partilhada pelo líder do grupo Wagner, de que as tropas ucranianas recuperaram controlo de parte da cidade de Bakhmut. O anúncio de Yevgeny Prigozhin contrasta com  as declarações do mês passado, em que alegava que a cidade tinha sido completamente tomada. A vice-ministra da Defesa da Ucrânia confirmou, entretanto, que Bakhmut continua a ser o “epicentro das hostilidades”.

Estes são os principais acontecimentos em destaque nesta segunda-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • A cidade de Kharkiv esteve esta noite sob um ataque de mísseis, denunciou o presidente da câmara através da conta oficial de Telegram. Já o líder da administração regional revelou que como resultado dos bombardeamentos um oleoduto de amoníaco ficou danificado.
  • O Conselho Europeu anunciou novas sanções contra nove indivíduos por violações dos direitos humanos na Rússia relacionadas com a “condenação e tratamento degradante” do político e ativista anti-Kremlin Vladimir Kara-Murza.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, chegou esta segunda-feira ao Tajiquistão para uma deslocação oficial de dois dias que inclui uma visita à principal base militar russa na Ásia Central.
  • O Corpo de Voluntários Russos, milícia anti-Kremlin, garantiu estar em controlo da localidade Nova Tavolzhanka, na região russa de Belgorod. A agência bielorrussa Nexta revelou, citando as autoridades ucranianas, que o coronel russo Andrei Vasilyevich Stesyev, de 52 anos, morreu durante os ataques.

  • Foram avistados tanques Leopard na região de Donetsk, revelou o russo Alexander Khodakovsky, líder do batalhão Vostok na região do Donbass. “Pela primeira vez vimos Leopards na nossa área tática. Como já antecipava ontem: ao sentir o cheiro do nosso sucesso, o inimigo vai lançar forças adicionais na batalha”, escreveu na conta de Telegram.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia disse que o país tem ao seu dispor armas suficientes para iniciar a contraofensiva. Dmytro Kuleba mostrou-se otimista sobre o resultado das operações, antecipando que vão dar a Kiev a vitória que precisa para aderir à NATO.
  • O Presidente ucraniano recebeu esta segunda-feira em Kiev o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico. Um dos temas em destaque, revelou Volodymyr Zelensky, foram as expectativas de Kiev sobre a cimeira da NATO que vai decorrer nos dias 11 e 12 de julho em Vilnius.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Foi ouvida esta segunda-feira uma explosão forte perto da fábrica de Azovstal, na cidade de Mariupol, há cerca de um ano sob controlo das forças russas. A informação foi divulgada pela agência Ukrinform, que cita o presidente da câmara da cidade, Petro Andriushchenko.
  • Enquanto as negociações com as Nações Unidas continuam para prolongar o acordo existente para exportação de cereais ucranianos, a Rússia não vê perspetivas para que tal se concretize. As palavras são do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, que alega que Kiev tem colocado inúmeras condições para o prolongamento do acordo.
  • O Kremlin afirmou que um suposto discurso do Presidente Vladimir Putin, ouvido em estações de rádio russas nas regiões fronteiriças com a Ucrânia, era falso e resultado de pirataria informática.
  • O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou que Moscovo tem em grande consideração a iniciativa de paz proposta por Pequim. Sublinha, contudo, que tudo dependerá dos países que “controlam” Kiev.
  • A Ucrânia terá cultivado uma rede de agentes e simpatizantes dentro da Rússia, que trabalham para levar a cabo atos de sabotagem contra alvos russos. Segundo uma investigação da CNN, o país invadido forneceu drones para levar a cabo ataques.
  • A Bélgica pediu explicações à Ucrânia sobe o uso de armas de fabrico belga para ataques no território russo. O pedido surge depois de uma investigação do Washington Post ter avançado que as milícias russas anti-Kremlin usaram equipamento da NATO nos ataques à região russa de Belgorod.
  • O ministro ucraniano das Indústrias Estratégicas revelou que um terço dos abrigos anti-bomba da cidade já foi inspecionado, depois de três pessoas terem morrido por não terem tido acesso a um abrigo durante um ataque russo. “A situação é crítica: metade das instalações não estão prontas“, apontou Alexander Kamyshin.
  • A região russa de Belgorod continua a ser um ponto de tensão pela proximidade com a fronteira da Ucrânia. Segundo o governador russo Vyacheslav Gladkov, as forças ucranianas terão bombardeado a região 650 vezes só nas últimas 24 horas. O ministério da Defesa russo alegou que mais de dez combatentes ucranianos foram mortos.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Numa altura em que são noticiadas escaladas nos combates em regiões como Donetsk e Zaporízia, as autoridades ucranianas continuam sem confirmar se está em causa o início da antecipada contraofensiva de primavera. Para já, o Presidente Volodymyr Zelensky divulgou apenas uma mensagem em tom de encorajamento nas suas redes sociais: “O terror russo deve ser derrotado”.
  • O Papa Francisco enviou a Kiev o cardeal italiano Matteo Zuppi, que vai permanecer na Ucrânia até terça-feira de manhã. Para já o Kremlin revelou não ter nenhum encontro marcado entre o cardeal com o Presidente Vladimir Putin.
  • Dois drones terão caído numa auto estrada na região russa de Kaluga, mas não foram detonados. A informação foi partilhada pelo governador da região, Vladislav Shapsha, que adiantou que a zona, a cerca de 300 quilómetros de Moscovo, foi isolada.
  • Num relatório divulgado esta segunda-feira as forças ucranianas indicaram que houve 29 confrontos naquela região e também em Lugansk. Não há, no entanto, qualquer menção à suposta grande ofensiva em Donetsk.