O parlamento da Colômbia decidiu suspender a discussão das reformas nas áreas da saúde, trabalho e segurança social, propostas pelo Presidente Gustavo Petro, alvo de alegações de financiamento ilegal feitas por um antigo diplomata.

O Presidente da Câmara dos Deputados, a câmara baixa do Congresso colombiano, David Racero, que faz parte do partido que apoia Gustavo Petro, anunciou na segunda-feira que o debate sobre as reformas propostas pelo governo “foi congelado”.

Racero disse que vai esperar até que seja reconstruída “a coligação do governo”, que já havia perdido o apoio do Partido Social de Unidade Nacional e dos conservadores nas últimas semanas devido à reforma proposta para a saúde.

No domingo, a revista colombiana Semana publicou mensagens de voz enviadas pelo antigo embaixador da Colômbia na Venezuela Armando Benedetti à então chefe de gabinete de Petro Laura Sarabia, nas quais ameaçava divulgar alegados casos de financiamento ilegal da campanha eleitoral do Presidente.

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Benedetti exigia ser recebido por Gustavo Petro, depois de ter sido apontado como o responsável por denúncias à imprensa ligadas ao furto de uma pasta com dinheiro da casa de Sarabia, que acabou por pedir a demissão.

Numa mensagem publicada na rede social Twitter, Benedetti pediu desculpa pelas ameaças e garantiu que “num ato de fraqueza e tristeza” se deixou levar “pela raiva e pela bebida”.

Em resposta, Gustavo Petro disse que o Governo “não aceitou chantagens por cargos ou contratos públicos, nem recebeu na campanha dinheiro de pessoas ligadas ao narcotráfico, muito menos movimentou valores como 15 mil milhões” de pesos (3,2 milhões de euros).

O antigo candidato presidencial Federico Gutiérrez já pediu a renúncia de Petro, e apresentou uma denúncia junto da comissão da Câmara dos Deputados que investiga o comportamento dos políticos eleitos na Colômbia.

De acordo com a imprensa colombiana, o Conselho Nacional Eleitoral convocou Benedetti e Sarabia para esclarecer as declarações sobre o financiamento da campanha presidencial.

Entretanto, o Conselho Sindical colombiano, que reúne 22 dos sindicatos mais representativos do país, pediu que “as investigações sejam feitas com celeridade e transparência e que envolvam as instituições”.