(em atualização)

As dificuldades sentidas na tarde desta terça-feira pelos utilizadores dos serviços de telecomunicações dos três principais operadoras — Meo, Nos e Vodafone — tiveram origem numa falha de energia. Uma “interrupção momentânea” no abastecimento de energia afetou os serviços de um fornecedor, a Equinix, que se refletiu nos trabalhos dos operadores.

Fonte da empresa norte-americana explicou ao Observador que, “houve uma breve interrupção no serviço LS1 International Business Exchange (IBX) de Portugal na terça-feira de 6 de junho, que afetou alguns serviços locais da Equinix.” Foi ainda explicado que a situação “já está sob controlo e que todos os serviços foram rapidamente recuperados“. “A causa da curta falha está atualmente a ser investigada.”

Segundo o site da empresa, este centro de dados em Lisboa “fornece serviços de conectividade de rede para mais de 70 clientes, mais de 35 operadoras e 4 Internet Exchanges.” Este data center “é alimentado por energia 100% renovável, consistindo num edifício com mais de 1.475 metros quadrados de espaço de colocation”.

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Os clientes dos três operadores de telecomunicações reportaram  instabilidade no acesso, principalmente na internet. O site DownDetector, onde é possível relatar quando existem problemas neste tipo de serviços, apresentou picos de notificações de problemas nos serviços para as três empresas.

Nesta plataforma, a Nos teve um pico de queixas às 16 horas, com 1.212 relatos de problemas. Nesta operadora, a principal queixa estava ligada à internet fixa (56%). As localizações com maior número de queixas eram Lisboa, Porto e Braga.

Os constrangimentos na Meo também terão tido início poucos minutos antes das 16 horas. Às 15h52 havia cerca de 450 notificações de clientes da operadora do grupo Altice com problemas e às 16h37 foi atingido um pico de 615 notificações. À semelhança da Nos, as maiores queixas na Meo estavam também ligadas à internet fixa, vindas principalmente da área de Lisboa, Coimbra e Porto.

No caso da Vodafone, o pico de notificações no Downdetector foi feito às 15h54, com 957 relatos de instabilidade no acesso. Os clientes mencionam problemas principalmente na zona de Lisboa e Porto.

O Observador contactou a Meo, Nos e Vodafone, encontrando-se a aguardar mais informação sobre o assunto.

Instabilidade no acesso à internet afetou rede informática do sistema de Justiça

As dificuldades no acesso tiveram consequências na rede informática do sistema de Justiça, que ficou inoperacional, motivando o adiamento de julgamentos e outras diligências, adiantou à Lusa fonte judicial, dizendo que “todos os organismos” da Justiça estavam “em baixo”.

De acordo com fonte policial, registaram-se constrangimentos na rede de comunicações do país, estando a situação a ser analisada para apurar a sua extensão e origem.

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, disse que a rede dos tribunais deixou de estar operacional cerca das 16 horas e adiantou que desde segunda-feira que a plataforma eletrónica de registo de óbitos (SICO), gerida pelo Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), está inoperacional, dificultando a comunicação dos registos de óbitos e atrasando a libertação dos corpos e entrega às famílias.

Questionado pela Lusa, o Ministério da Justiça disse que “foi identificado um problema ao nível de um ‘data center’ (centro de armazenamento e processamento de dados) de uma operadora nacional, que está a afetar vários serviços, incluindo serviços da justiça” e que “há neste momento a indicação, pela entidade fornecedora, de que a situação está em resolução”.

Além dos tribunais, a situação também afetou os sites de alguns meios de comunicação social portugueses, incluindo os meios do grupo Global Media (Diário de Notícias, TSF, Jornal de Notícias e Dinheiro Vivo).

(Atualizada às 18h35)