A justiça russa começou a apreciar o novo caso aberto por extremismo contra o opositor Alexei Navalny, mas fê-lo à porta fechada e na prisão onde este cumpre uma pena de oito anos de cadeia.

A porta-voz de Navalny, Kira Yarmish, escreveu na rede social Twitter que a audiência preliminar decorreu na prisão de Vladimir, 180 quilómetros a leste de Moscovo, mas o juiz “não deixou entrar jornalistas” nem outras pessoas que queriam assistir. “Isto foi feito porque não há provas no caso”, acrescentou.

Posteriormente, Yarmish disse que a primeira audiência formal do julgamento está marcada para 19 de junho, também na prisão, e que em princípio vai ser aberta ao público.

Este novo julgamento pode concluir com uma nova condenação de Navalny, desta vez a mais 30 anos de prisão.

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O opositor russo denunciou que os guardas prisionais não lhe permitiram consultar os materiais da acusação, uma vez que na sua cela apenas está autorizada a entrada de um livro.

Segundo o portal Mediazona, Navalny é acusado de financiar e instigar ações extremistas e criar uma organização, em alusão ao ilegalizado Fundo de Luta contra a Corrupção, que atentou contra os direitos dos cidadãos.

Do rol de acusações consta também a atração de menores para ações perigosas, em referência à participação em manifestações da oposição não autorizadas.

Navalny condenou nas redes sociais a “guerra criminosa” lançada na Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin, a quem acusou de enviar centenas de milhares de russos para “o matadouro”.

Os colaboradores de Navalny, que fez 47 anos no domingo, mencionaram que este já está preso há 856 dias, dos quais 165 foram passados em regime de isolamento, e acusaram os dirigentes da prisão de o procurarem envenenar.