O Governo escolheu o fundo de investimentos Mutares para ficar com os 71,73% do Estado na Efacec, mas a perspetiva é que fique com a totalidade. A escolha foi esta quarta-feira, 7 de junho, aprovada em conselho de ministros eletrónicos.

António Costa Silva, ministro da Economia, e João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, anunciam a decisão.

O Estado, até ao final de maio, tinha uma exposição total de 217 milhões de euros, sendo 132 milhões em suprimentos acionistas e 85 milhões de euros em garantias. António Costa Silva vai dizendo que acredita que, no desenho final da operação e no fim, o Estado poderá vir a recuperar todo o dinheiro, mas não é uma garantia. Ainda assim, segundo a operação que está a ser concebida, “a perspetiva é recuperar o investimento”, valorizando a empresa em certos patamares e consoante essa valorização será repartido com o Estado o valor criado, que se espera “a uma proporção significativa”. A Mutares deverá ficar com a totalidade das ações, havendo um acordo com o Governo que ficará com um direito económico que “pressupõe partilha de valor”. Quanto aos minoritários, grupo Mello e TMG, “depende dos outros acionistas”, limitou-se a dizer João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças.

Não foi referido a quantos anos será essa valorização mas Costa Silva garante que “não há prazo para saída da Mutares”.

A escolha, explica o ministro da Economia, prende-se com três fatores: “assegura manutenção da Efacec como grande projeto tecnológico e industrial, preserva a força de trabalho, com a aposta qualificações, e reforça a capacidades de engenharia da empresa, minimizando encargos para Estado”.

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Segundo Costa Silva, a Mutares “traz uma carga financeira importante, um aporte financeiro à Efacec para a sua autonomia, sem exigir garantias sobre os ativos da empresa”. E o que “seduziu” a Parpública e o Governo é o projeto industrial e tecnológico que identifica para a Efacec”. E pretende apostar em mercados alvo como Alemanha e EUA.

Mas há condições e ainda tem de passar por várias fases até que a venda seja concluída. Vai haver um pré-acordo que deverá ficar feito em dois meses, mas tem de passar ainda pela Comissão Europeia e chegar a acordo com os credores. As negociações com Bruxelas já estão a decorrer.

Costa Silva garante que a Mutares “vai capitalizar a Efacec, vai trazer aporte financeiro, quer através de injeção de cash quer com garantias, e não exige nada em relação aos ativos da empresa”. Não é referido quanto vai ser a capitalização.

Na declaração inicial Costa Silva garante, no entanto, que é o “novo renascimento da companhia”, salientando quatro grandes produtos – transformadores; aparelhos e equipamentos; soluções de automação; e mobilidade elétrica.