Sibora Gagani, uma jovem com nacionalidade albanesa e italiana, estava desaparecida desde 2014. Tinha sido vista pela última vez em Torremolinos, na cidade espanhola de Málaga, onde vivia com o companheiro de 45 anos, Marco R. Esta terça-feira, a unidade de delinquência especializada e violenta pertencente à polícia de Espanha realizou buscas no apartamento onde este morava e encontrou um cenário típico de um “filme de terror”, como descrevem os vizinhos: destruindo uma parede falsa, viram um caixão que continha um saco-cama — e tudo indica que era aí que estava o cadáver da jovem há nove anos.

De acordo com o jornal El País, a parede falsa foi construída por Marco R., o antigo companheiro que confessou a autoria do crime após ter sido detido pelas autoridades no passado dia 27 de maio por suspeitas de ter matado a sua companheira mais recente, Paula, igualmente na localidade de Torremolinos. “Está enterrada no sótão onde vivi com ela”, confessou à polícia.

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Após o corpo ter sido encontrado, a polícia contactou a família de Sibola Gagani, em Itália, para perceber se autorizaram a realização dos testes de ADN. Mesmo sem este procedimento, as autoridades estão convencidas de que o cadáver é o da jovem. “Os indícios levam a crer que é Sibora”, adiantou Amaya Martínez, chefe da unidade de violência de género do governo autónomo de Málaga.

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Foi a confissão de Marco R. que desencadeou as buscas. As autoridades utilizaram um sistema de raios X e concentraram-se num quarto da casa onde parecia haver alterações nas construções de uma parede, depois de a terem comparado com uma vivenda análoga. A unidade especial da polícia espanhola destruiu essa parede falsa e encontrou um caixão de madeira, que no seu interior tinha essencialmente cal.

No entanto, também lá estava uma faca com sangue seco, um ramo de flores e um saco-cama — e era dentro deste último objeto que estava um cadáver envolto num saco de plástico. As autoridades retiraram-no e levaram-no para o Instituto de Medicina Legal para ser realizada uma autópsia, assim como identificar o corpo.

O atual inquilino da casa, David, disse ao El Español que a parede falsa “estava muito bem feita” e que “não se notava” qualquer problema, indicando que só reparou que havia uma alteração quando comparou a sua casa com a do vizinho.

Segundo o El País, Sibora Gagani mudou-se para Malága em 2011 e desapareceu sem deixar rasto a 7 de julho de 2014, pouco depois de acabar a relação amorosa que mantinha com o namorado na altura. A família, que mora em Itália, não soube, durante anos, do seu paredeiro e tentou encontrá-la através da associação SOS Desaparecidos, que entretanto, já retirou os apelos para as buscas da jovem.

O alegado homicídio Marco R. contou, no entanto, uma versão diferente à família de Sibora Gagani: a jovem tinha-se ido embora da localidade de Torremolinos e tinha deixado todos os seus bens no apartamento em que morava. Garantia também não sabia onde estava a sua antiga companheira.