O Japão reviu esta quinta-feira em alta a estimativa para o crescimento da economia no primeiro trimestre do ano, para 0,7%, em relação aos três meses anteriores, segundo dados preliminares divulgados pelo Governo nipónico.

A estimativa é superior ao valor preliminar de 0,4% divulgado a 17 de maio pelo Governo japonês e deve-se a um aumento superior ao inicialmente calculado no investimento de capital das empresas.

De acordo com dados oficiais, os investimentos feitos pelas empresas japonesas entre janeiro e março subiram 1,4% em comparação com o último trimestre de 2022, uma revisão em alta do valor de 0,9% publicado em maio.

Esta variação compensou uma revisão em baixa, de um décimo, para 0,5%, da recuperação do consumo nos primeiros três meses do ano. O consumo é o principal motor económico do país, representando cerca de 60% da economia nipónica.

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Em comparação com o mesmo trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês terá crescido 1,9%, mais seis décimos percentuais do que o inicialmente estimado.

O PIB do Japão tinha crescido 1% durante o ano passado devido a uma diminuição do consumo.

O governo japonês também baixou a estimativa para o investimento público feito durante os primeiros três meses de 2023, que, segundo os dados agora revistos, aumentou 1,5% em relação ao trimestre anterior, ante os 2,4% indicados no relatório preliminar.

No final de abril, o novo governador do Banco do Japão (BoJ) disse que a instituição vai manter a ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficientemente forte para considerar a retirada destas medidas.

Questionado se o BoJ está a considerar alterar o plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Kazuo Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros fatores.

Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as atuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas.

O Japão registou um défice comercial recorde de 21,7 biliões de ienes (147,2 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2022, que terminou a 31 de março deste ano.

As importações japonesas cresceram 32,2%, para 121 biliões de ienes (818,4 mil milhões de euros), um crescimento de 32,2%, duas vez mais rápido do que as exportações, que aumentaram 15,5% para 99,2 biliões de ienes (671,4 mil milhões de euros).