O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, iniciaram esta quinta-feira na Casa Branca um amplo diálogo prometendo trabalhar em sintonia num mundo a adaptar-se às rápidas mudanças económicas, políticas e tecnológicas.

As conversações dos dois líderes na “Sala Oval” deverão abranger a guerra na Ucrânia, a China, a segurança económica, ou a cooperação internacional na regulação do crescente campo da inteligência artificial.

Os dois já se reuniram quatro vezes desde que Rishi Sunak se tornou primeiro-ministro em outubro, mas as conversações em Washington darão aos dois líderes a oportunidade de uma interação que é a mais sustentada até à data. “Vamos colocar os nossos valores em primeiro plano”, afirmou Joe Biden.

Rishi Sunak admitiu que este será o encontro mais importante entre os dois. A visita a Washington é a primeira do responsável britânico desde que se tornou primeiro-ministro da Grã-Bretanha.

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“As nossas economias estão a assistir talvez à maior transformação desde a Revolução Industrial, uma vez que as novas tecnologias proporcionam oportunidades incríveis, mas também dão mais ferramentas aos nossos adversários”, afirmou Rishi Sunak.

Espera-se que a invasão russa da Ucrânia, que já dura há 15 meses, seja um dos pontos principais da agenda. Os EUA e o Reino Unido são os dois maiores doadores para o esforço de guerra da Ucrânia e desempenham um papel central num esforço de longo prazo anunciado no mês passado para treinar e, eventualmente, equipar os pilotos ucranianos com caças F-16.

Rishi Sunak também pretende defender junto de Joe Biden que o ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, suceda ao secretário-geral cessante da NATO, Jens Stoltenberg, que deverá terminar o seu mandato à frente da aliança de 31 membros em setembro. Jens Stoltenberg deverá encontrar-se com Biden em Washington na segunda-feira, e os líderes da aliança deverão reunir-se na Lituânia a 11 e 12 de julho para a sua cimeira anual.

“Os EUA e o Reino Unido têm-se mantido unidos no apoio à Ucrânia”, afirmou Joe Biden no início da reunião.

Joe Biden recordou que os dois países estiveram juntos nos momentos mais difíceis da era moderna e lembrou as reuniões que o primeiro-ministro Winston Churchill e o Presidente Franklin D. Roosevelt tiveram na Casa Branca.

“O primeiro-ministro Churchill e Roosevelt encontraram-se aqui há pouco mais de 70 anos e afirmaram que a força da parceria entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos era a força do mundo livre”, disse Joe Biden a Rishi Sunak, acrescentando: “Ainda acho que há verdade nessa afirmação.”

O líder britânico pretende tornar o Reino Unido um ator fundamental na inteligência artificial e anunciou que seu governo reunirá políticos, cientistas e executivos de tecnologia para uma cimeira sobre inteligência artificial e segurança.

Rishi Sunak disse entender que é de vital importância garantir que as novas tecnologias sejam aproveitadas para o bem da humanidade.

A visita de Rishi Sunak acontece numa altura em que os serviços secretos dos EUA e da Grã-Bretanha ainda estão a tentar apurar a culpa pela rutura de uma grande barragem no sul da Ucrânia, que provocou inundações em cidades e terras agrícolas. Nem Washington nem Londres acusaram oficialmente a Rússia de fazer explodir a barragem hidroelétrica de Kakhovka.

Os dois países esperam demonstrar que a relação EUA-Reino Unido continua tão forte como sempre, apesar das recentes convulsões políticas e económicas no Reino Unido.

Rishi Sunak é um dos três primeiros-ministros britânicos com quem Biden lidou desde que assumiu o cargo em 2021, e as administrações tiveram diferenças sobre o Brexit e seu impacto na Irlanda do Norte.