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Ao 471.º dia de guerra na Ucrânia, as consequências da explosão na barragem de Kakhovka continuam a dominar a atualidade, bem como as notícias em torno do avanço da esperada contraofensiva ucraniana: esta sexta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, assumiu que a contraofensiva já está em marcha. Aqui fica um ponto de situação do que aconteceu nas últimas horas.

O que aconteceu durante a noite?

  • O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) autorizou 32 aliados ocidentais da Ucrânia a intervirem ao lado de Kiev no processo contra Moscovo que está em curso nesta instância desde a invasão russa, segundo uma decisão hoje publicada.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que conversou por telefonr com o primeiro-ministro dos Países Baixos para agradecer pelo “apoio humanitário” depois da explosão na barragem de Kakhovka.
  • Os Estados Unidos da América anunciaram um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de cerca de 1,9 mil milhões de euros. O pacote incluirá financiamento para mais munições para mísseis Patriot, sistemas e mísseis de defesa aérea Hawk e pequenos “drones” Puma que podem ser lançados manualmente.
  • Josep Borrell afirmou que a barragem de Kakhovka foi destruída com explosivos e que, “ao que tudo indica”, foi mão russa. “A barragem não foi bombardeada. Foi destruída por explosivos instalados nas áreas onde as turbinas estão localizadas”, defendeu o chefe da diplomacia da UE.
  • A ativista sueca Greta Thunberg acusou a Rússia de ecocídio na sequência da destruição da barragem de Kakhovka. Volodymyr Zelensky, agradeceu à jovem sueca pela sua posição e por “defender a verdade”.
  • O Reino Unido acusou o Irão de ajudar a Rússia com munições. “O Irão tem fornecido à Rússia um fluxo contínuo de armas e munições que estão a ser usadas para matar civis na Ucrânia”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico.
  • Volodymyr Zelensky agradeceu o pacote de ajuda militar de 2,1 milhões de dólares dos EUA à Ucrânia, classificando-o como “mais importante do que nunca.”
  • A Rússia anunciou que vai abandonar em definitivo, em 7 de novembro, o Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa, que eliminou em 1990 a vantagem quantitativa que a União Soviética tinha naquela época.
  • A Agência Internacional de Energia Atómica anunciou um programa de ajuda à Ucrânia em resposta às inundações causadas pela destruição da barragem de Kakhovka, no sul do país.
  • Um incêndio deflagrou num armazém de petróleo na cidade russa de Ufa. Não há informação sobre as causas do mesmo.
  • O governo ucraniano recebeu no Ministério dos Negócios Estrangeiros o encarregado de negócios da Hungria para lhe pedir mais informação acerca das declarações do vice-primeiro-ministro da Hungria, Zsolt Semien, sobre 11 prisioneiros ucranianos entregues a Budapeste.
  • A ONU adiantou que mais de 25 mil casas ficaram danificadas pela destruição da barragem de Kakhovka. O nível de água começou a diminuir na região.
  • Dmitri Peskov afirmou  que o ataque ao oleoduto de amoníaco Togliatti-Odessa, que explodiu na noite de segunda-feira, vai prejudicar o futuro do acordo dos cereais do mar Negro: Só pode ter um impacto negativo.”
  • Zelensky agradeceu a todas as pessoas que têm ajudado a Ucrânia e em especial aos soldados: “Nós vemos o heroísmo dos nossos soldados e estamos gratos por cada minuto das suas vidas, que é a vida da Ucrânia”.

O que aconteceu durante a manhã e tarde?

  • A Força Aérea ucraniana anunciou esta sexta-feira de manhã que, durante a noite, conseguiu abater e neutralizar quatro dos seis mísseis e 10 dos 16 drones de ataque russos disparados contra vários pontos do território, em mais um ataque noturno desencadeado pelas forças russas.
  • A Rússia vai começar a transferir armas nucleares para a Bielorrússia assim que as infraestruturas estiverem prontas para as receber, entre os dias 7 e 8 de julho. Foi Vladimir Putin quem deu a informação a Alexander Lukashenko durante a reunião desta sexta-feira em Sochi. “Está tudo a acontecer de acordo com o plano, tudo está estável”, disse Putin, citado por uma ata do Kremlin.
  • O Presidente russo, Vladimir Putin, assumiu esta sexta-feira que a contraofensiva da Ucrânia já começou. A informação foi avançada pela AFP.
  • Três dias depois da explosão da barragem de Kakhovka, as águas das cheias continuam a baixar. Durante a noite que passou, o nível das cheias em Kherson baixou 20 centímetros, anunciou Oleksandr Prokudin, o chefe da autoridade regional. Ainda assim, informa a Sky News, 3.624 em 32 cidades continuam submersas ou gravemente inundadas.
  • Pelo menos cinco pessoas morreram devido à explosão na barragem de Nova Kakhovka, de acordo com as autoridades ucranianas. A informação foi avançada pela ReutersContinuam 13 pessoas desaparecidas na região de Kherson.
  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, diz que o governo ucraniano está a reunir mais detalhes sobre os danos causados pela destruição da barragem, mas já sentenciou: “A vida está destruída em mais de 40 localidades. (…) Para centenas de milhares de pessoas em várias terras e vilas, o acesso à água foi severamente afetado.”
  • O Ministério para Situações de Emergência da Rússia disse hoje que retirou mais de 1.500 pessoas de áreas inundadas na região de Kherson, no leste da Ucrânia, após a destruição da barragem de Kakhovka. O ministério disse que os trabalhos de resgate continuam na área, onde está “um grupo de mais de 190” operacionais com 66 veículos, sendo que os serviços de emergência de outras cidades “foram colocados em alerta”.
  • Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, classificou de “barbáricos” os ataques à barragem de Kakhovka e acusou as forças militares ucranianas de matarem vítimas civis, incluindo uma mulher grávida.
  • Por seu turno, o SBU, Serviço de Segurança da Ucrânia, revelou esta sexta-feira, através do Telegram, o áudio de uma conversa telefónica que, garante, prova que a Rússia é responsável pela destruição da barragem de Kakhovka.
  • Um “alto funcionário da administração Biden” disse ao New York Times que os satélites espiões dos EUA equipados com sensores de infravermelhos detetaram, pouco antes do colapso da barragem de Kakhovka, na passada terça-feira, uma assinatura de calor consistente com uma explosão.
  • Anton Gerashchenko, conselheiro de Volodymyr Zelensky, partilhou esta sexta-feira de manhã no Twitter o vídeo do momento em que uma mercearia em Uman, cidade 200 quilómetros a sul de Kiev, foi atingida pelas forças russas. “Ontem, a Rússia atacou Uman, uma cidade ucraniana, com mísseis Kalibr. Uma mercearia foi atingida. A Rússia anunciou ter destruído um armazém de munições com esse ataque”, escreveu o ex-ministro ucraniano.
  • O governador de Voronezh, uma cidade russa a cerca de 177 quilómetros da fronteira com a Rússia, disse que três pessoas ficaram feridas depois de um ataque com um drone ter danificado pelo menos 10 apartamentos de um edifício residencial. Três pessoas ficaram feridas e a cidade está em estado de emergência.
  • A NATO vai realizar o maior exercício de defesa aérea desde que foi criada entre 12 e 23 de junho, na Alemanha, com a participação de 10.000 efetivos e 220 aeronaves de 25 países.
  • Os EUA e o Reino Unido assinaram a “Declaração do Atlântico”, uma parceria para as áreas das tecnologias avançadas, energia limpa e minerais essenciais. Durante a reunião, na Casa Branca, Joe Biden e Rishi Sunak reiteraram o apoio ao esforço de guerra da Ucrânia “nos anos que hão de vir”. Os EUA deverão anunciar em breve um novo pacote de armas para Kiev, no valor de 2 mil milhões de dólares.
  • O Primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse a Volodymyr Zelensky esta sexta-feira que o Japão vai oferecer um apoio de ajuda humanitária de emergência no valor de 5 milhões de dólares (cerca de 4,6 milhões de euros) à Ucrânia, depois da destruição da barragem de Nova Kakhovka
  • As peças em ouro que a Crimeia emprestou ao Museu Allard Pierson, nos Países Baixos, vão ser devolvidas à Ucrânia, determinou o Supremo Tribunal dos Países Baixos esta quinta-feira, depois de vários anos de disputa legal.
  • A Islândia é o primeiro país a fechar embaixada devido à redução das relações entre os dois países por causa da guerra na Ucrânia mas diz que não constitui uma “rutura” das relações diplomáticas.

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