O PSD/Madeira considerou esta sexta-feira que a passagem da depressão Óscar na ilha, no início da semana, comprovou que a região está mais segura para enfrentar fenómenos naturais, bem como a importância de “obras de betão” criticadas pela oposição.

“Ao fim de 13 anos podemos dizer que a região se encontra melhor preparada e a capacidade de resposta deve ser realçada”, afirmou o deputado social-democrata Carlos Rodrigues, numa conferência de imprensa realizada nos arredores do Funchal.

Referindo-se à forte precipitação que atingiu a Madeira na segunda e na terça-feira, o parlamentar considerou que o balanço evidencia que o investimento realizado “não foi inútil para proteger a população”, realçando ainda a preparação e coordenação das entidades, que responderam de forma eficaz.

Carlos Rodrigues lembrou também que, após o aluvião de 20 de fevereiro de 2010 — que provocou mais de 50 mortos, centenas de desalojados e prejuízos materiais avaliados em 1.080 milhões de euros –, foram feitos investimentos só no Funchal na ordem dos 200 milhões de euros nas três principais ribeiras que cortam o concelho. Foram “essas obras de betão”, disse, que responderam agora aos desafios que a natureza colocou no início da semana.

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“Este não foi um investimento meramente caprichoso, mas extremamente necessário para garantir maior segurança e resiliência à população e à própria região”, sublinhou, destacando igualmente o “comportamento exemplar dos madeirenses” durante o temporal.

A depressão Óscar afetou a costa sul e as zonas montanhosas da ilha da Madeira no início da semana, o que levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) a colocar estas áreas sob aviso vermelho, o mais grave de uma escala de três.

O Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira reportou o registo de 109 ocorrências que mobilizaram 111 meios e 279 operacionais, sobretudo nos concelhos do Funchal, Santa Cruz, Machico e Câmara de Lobos. Segundo os município, ficaram desalojadas 31 pessoas no Funchal, 15 em Câmara de Lobos e uma em Santa Cruz, algumas das quais ficaram alojadas no Regimento de Guarnição N.º3, no Funchal.

A Câmara Municipal do Funchal adiantou ainda que outras 41 pessoas foram retiradas de um bloco do complexo habitacional do Canto do Mura, freguesia de São Gonçalo, devido a problemas na estrutura do edifício.

A depressão Óscar provocou sobretudo deslizamentos de terras, quedas de árvores e inundações. O movimento no Aeroporto Internacional da Madeira também esteve condicionado, com dezenas de voos cancelados, afetando cerca de 15 mil passageiros, a atividade letiva esteve suspensa na terça-feira e os percursos pedestres estiveram encerrados.