A agenda do primeiro-ministro era clara: um cocktail dinatoire, um concerto e assistir a uma sessão de fogo de artifício no Peso da Régua. O pretexto eram os eventos de véspera incluídos nas comemorações do 10 de junho e o anfitrião Marcelo Rebelo de Sousa, mas António Costa faltou aos três pontos de agenda. No fim do espetáculo, o Presidente da República desvalorizou a ausência: “Já não [contava com ele]”.
Após uma tarde em que o chefe de Estado tinha dito que Costa ainda ia a tempo de “mudar de pessoas” no Governo para “melhorar”, o primeiro-ministro saltou a presença a 9 de junho, participando apenas na cerimónia de dia 10.
Marcelo mede Peso da Régua e avisa Costa que ainda vai a tempo de “mudar de pessoas”
O Observador questionou o gabinete do primeiro-ministro sobre o porquê da ausência do primeiro-ministro — uma vez que não foi dada nota oficial do cancelamento da presença nestes três pontos de agenda –, mas não obteve uma resposta formal até à hora de saída deste artigo.
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O Presidente desvalorizou a ausência com o histórico de outros anos: “Normalmente o primeiro-ministro nunca vem, vem só no dia seguinte”. E lembrou que o primeiro-ministro participará nas cerimónias deste sábado (ao contrário de 2022, quando não esteve presente por motivos de saúde). “Vem para a cerimónia militar e, provavelmente, fica para almoço”, revelou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que a “impressão” que ficou quando esteve com o primeiro-ministro na África do Sul foi precisamente de que o primeiro-ministro só participaria nas cerimónias de sábado. A agenda de Costa foi enviada aos jornalistas no dia 8 às 19h31 já depois de os dois terem estado juntos na África do Sul e depois dos eventos naquele país terem terminado.