“Não, não menti”. De fugida João Galamba, ministro das Infraestruturas, atirou simplesmente a frase, naquela que é a única reação até ao momento depois da audição de António Mendonça Mendes, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, no Parlamento, cujas declarações puseram em xeque o ministro das Infraestruturas, acusado já pela oposição de ter mentido na comissão de inquérito parlamentar.

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Foi em declarações à RTP3, no início da tarde, ainda no Peso da Régua, que João Galamba foi questionado se mentiu no inquérito parlamentar sobre a TAP — já que a sua versão não coincide com a do secretário de Estado do primeiro-ministro. O ministro garantiu: “Não, não menti. Não menti”. Em causa está a questão sobre de quem partiu a instrução para as secretas portuguesas, o SIS, ser acionado para recuperar o computador do adjunto exonerado de Galamba.

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E foi a primeira declaração sobre a audição de Mendonça Mendes. Já antes João Galamba, confrontado com o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, na intervenção do 10 de junho, reafirmou, e perante a insistência do jornalista sobre as condições políticas para continuar no Governo, que continuará a “trabalhar e a concretizar os projetos” que tem em mãos: “Sou um ministro com muitas coisas para fazer e coisas que continuarei a fazer a bem do país”.

O ministro das Infraestruturas tinha já dito ser “um momento excelente para o Douro”, puxando pelo “desbloqueio da eletrificação da linha do Douro”. E aproveitou para garantir que o seu “foco neste momento é o trabalho” e sobre a vaia que recebeu à chegada diz que teve “receções boas e más” como tem “em todo o lado”.

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Marcelo falou, na intervenção do 10 de junho, que era “é preciso cortar os ramos mortos, que atingem a árvore toda”, numa frase que foi lida como um recado a Costa sobre Galamba — que Marcelo queria que tivesse saído do Governo. Mas o ministro diz ter ouvido a intervenção “com naturalidade”, repetindo que o seu foco “não é responder a críticas mas executar” o seu trabalho.

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