A maldição, a alegada maldição, acabou. Depois de ser duas vezes campeão europeu com o Barcelona e de falhar o mesmo objetivo com o Bayern Munique, Pep Guardiola conseguiu finalmente conquistar a Liga dos Campeões com o Manchester City e afastou a ideia de que só conseguiria chegar ao topo do futebol europeu nos catalães. O caminho foi longo, duro e trouxe desilusões como as da final perdida para o Chelsea em 2021: mas Guardiola, que nas últimas horas renovou até 2025, conseguiu.

Rodri tirou a camisola dos calções para mostrar que era o dia de a esperança vencer a história (a crónica da final da Liga dos Campeões)

Com a vitória deste sábado perante o Inter Milão, em Istambul e graças a um golo solitário de Rodri, o Manchester City tornou-se a sétima equipa da história a conquistar o mais desejado triplete — Campeonato, Taça e Liga dos Campeões. Antes dos citizens, só Celtic (1967), Ajax (1972), PSV (1988), Manchester United (1999), Barcelona (2009 e 2015), Inter Milão (2010) e Bayern Munique (2013 e 2020), com a equipa de Guardiola a dar finalmente o passo que a coloca lado a lado com os principais clubes europeus.

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Ao mesmo tempo, dois jogadores portugueses conquistaram este sábado a Liga dos Campeões. Rúben Dias e Bernardo Silva foram ambos titulares e cumpriram ambos os 90 minutos da final, estreando-se em vitórias na principal competição europeia enquanto parte fulcral do conjunto de Guardiola. Depois do apito final, e já após um abraço longo e apertado ao treinador espanhol antes de um verão em que ainda não se sabe se fica em Manchester ou não, Bernardo explicou o quanto significava a conquista do troféu.

“Fizemos tudo pelo clube, trabalhámos muito para isto e finalmente conseguimos. Fizemos história. Estou mesmo muito feliz. É o melhor dia da minha carreira. Sempre sonhei vencer esta competição. Com quem é que quero partilhar esta conquista? Com muita gente, mas gostava de que o meu avô estivesse aqui, que me visse a conquistar esta prova. Já não está entre nós e significava muito para ele que eu fosse futebolista. Via os meus jogos todos. Por isso, gostava de partilhar esta conquista com ele”, atirou o internacional português em declarações à Eleven Sports.

Já Guardiola, também depois do apito final, explicou que estava “cansado, calmo e satisfeito”. “É tão difícil vencer esta competição… Os jogadores são muito bons. Eu disse-lhes ao intervalo para serem pacientes, disse-lhes que precisavam de sorte. Se não fosse pelo Ederson ou porque falharam, poderiam ter empatado. Esta competição é uma moeda, mas estava escrito nas estrelas. Pertence-nos”, começou por dizer o treinador espanhol.

“Não estivemos ao nosso melhor nível. A equipa deu um passo em frente depois do Mundial, mas esta não foi a nossa melhor exibição. Ainda não tenho energia para pensar na próxima época, é impossível. Precisamos de uma pausa, esta temporada foi muito longa. Os nossos jogadores vão ter jogos internacionais agora e a UEFA e a FIFA deviam pensar sobre isto. A Premier League acabou há duas ou três semanas e agora as pessoas vão ter de voltar. É demasiado. Vamos começar do zero na próxima época. Agora vamos festejar no hotel com as nossas famílias e amigos. Na segunda-feira teremos o desfile em Manchester”, completou Guardiola.