O grande objetivo de Miguel Oliveira, este domingo, era evitar os azares de sábado. Depois de ter partido do 11.º lugar da corrida sprint do Grande Prémio dos Países Baixos, o piloto português foi apanhado por uma série de infortúnios e não foi além da 19.ª posição na versão rápida da prova — algo que o deixava com cuidados redobrados em Assen, numa altura em que ainda não está na total posse das condições físicas depois da queda em Jerez.

“Fiquei ensanduichado”: imprevisto complica corrida sprint a Miguel Oliveira no GP dos Países Baixos

“Fiz um bom arranque. Na primeira volta recuperei algumas posições. Entre a curva 9 e a 10 passei o Aleix [Espargaró] e o [Johann] Zarco, que depois entrou por dentro na curva 10, já muito tarde. Bateu-me, tive de levantar a mota, saí largo e perdi seis posições. Depois, na curva 1, estava a passar o Marc [Márquez] na travessa e o Álex Márquez mete-se ao nosso lado e fico ‘ensanduíchado’. Para evitar tocar no Álex, tive de soltar os travões e ir em frente. É a história da minha corrida”, explicou Oliveira, resumindo rapidamente uma corrida sprint em que Marco Bezzecchi capitalizou a pole-position para vencer, seguido de Pecco Bagnaia e Fabio Quartararo.

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Já este domingo, o dia começava com a ideia de que também Marc Márquez está a ter um 2023 particularmente azarado: depois de ter caído cinco vezes na Alemanha e acabar por desistir da corrida na sequência de uma nova queda na volta de aquecimento, o piloto da Honda caiu noutras duas ocasiões nos Países Baixos e foi declarado inapto para correr em Assen, tendo sido diagnosticado com uma fratura numa costela.

No circuito neerlandês, debaixo de muito sol e um calor intenso, Miguel Oliveira arrancou muito bem e conquistou vários lugares logo no arranque, agarrando a 6.ª posição para depois ser ultrapassado por Maverick Vinãles e cair para 7.º. Lá à frente, entre o abandono de Jack Miller logo na volta inicial, Brad Binder saltou de 5.º para a liderança e tanto Zarco como Quartararo caíram. Bagnaia não demorou muito a contestar o primeiro lugar do sul-africano da KTM, assumindo a liderança do pelotão, e o piloto português viu Viñales cair para regressar ao 6.º lugar mas ser desde logo superado por Jorge Martín para voltar a ser 7.º.

A partir daí, foi notório o declínio físico de Miguel Oliveira e um provável problema na RNF Aprilia. Ainda a recuperar da lesão no ombro e com claras dificuldades para manter o ritmo durante toda a corrida, algo a que se aliava o facto de a mota aparentemente não estar a corresponder, o piloto português acabou mesmo por tornar-se o mais lento em pista e foi perdendo posições, acabando por abandonar a 13 voltas do fim e numa altura em que já era 11.º. Segundo a SportTV, a explicação oficial para o abandono de Oliveira passa mesmo por problemas mecânicos com a Aprilia.

Lá à frente, Pecco Bagnaia conseguiu mesmo segurar a vitória e regressou aos triunfos no último Grande Prémio antes da pausa de verão e depois do primeiro lugar de Jorge Martín na Alemanha. Marco Bezzecchi ainda ultrapassou Brad Binder e conquistou o segundo lugar, com o sul-africano a fechar o pódio, seguindo-se Áleix Espargaró, Jorge Martín, Álex Márquez, Luca Marini e Takaaki Nakagami.