Vladimir Putin deu ordens para deslocar o superiate “Graceful” (mais tarde renomeado como “Kosatka” e avaliado em quase 90 milhões de euros) da Alemanha para a Rússia antes da invasão da Ucrânia. A organização russa anticorrupção, criada por Alexei Navalny, divulgou os e-mails onde é feito o pedido para que se cancelem as alterações que estavam feitas no navio e se dê início à transferência de Hamburgo, na Alemanha, para Kaliningradom, na Rússia.
O primeiro e-mail enviado ao porto de Hamburgo data de 19 de janeiro de 2022 e referia que “o proprietário” pretendia que o “Graceful” fosse transportado para a Rússia no dia 1 de fevereiro, justificando que não estava satisfeito com a “reforma” que estava a ser levada a cabo em terras alemãs e que ainda demoraria um ano a ser concluída. E deixava desde logo uma nota de urgência: “Por favor, mobilize uma tripulação ininterrupta, dois turnos.”
Tratada a parte burocrática (com a empresa a cancelar as obras e a tripulação a pôr fim aos contratos de residência que tinha firmado na Alemanha), e depois de ultrapassado o prazo do primeiro dia de fevereiro, o iate deixou o porto de Hamburgo no dia 7 do mesmo mês, menos de três semanas antes do início da invasão à Ucrânia. Mais de sete meses depois, a Forbes dava conta de que o iate tinha sido avistado na costa da Estónia com um novo nome: “Kosatka”, significa “baleia assassina”.
O jornal The Guardian recorda que, após a invasão russa a 24 de fevereiro, EUA, Reino Unido e União Europeia impuseram sanção a ativos de propriedade russa no estrangeiro, o que levou à apreensão de vários iates de oligarcas russos por todo o mundo — uma medida à qual Vladimir Putin escapou por já ter o navio em águas russas. Aliás, o Departamento de Controlo de Ativos Estrangeiros dos EUA tem este iate como “propriedade bloqueada na qual o presidente Vladimir Putin tem interesse”.
O “Kosatka” possui piscina coberta, uma pista de dança, um heliporto, suites para até 12 convidados, uma adega que pode armazenar até 400 garrafas e armários de armazenamento de toalhas de piscina, que funcionam como bares de vodka. Além deste navio, o Presidente da Rússia está ligado a mais cinco iates: Scheherazade, Olympia, Chayka, Shellest e Nega.