Depois de o Presidente da República ter vindo mais uma vez, numa entrevista à TVI, manter a pressão sobre o Governo — avisando que a discordância sobre o pacote da Habitação não é caso encerrado — o líder do PSD frisou, em resposta às perguntas dos jornalistas, que o Presidente “não é contrapoder e não faz oposição” — “quem a faz somos nós”.
Em Avis, que faz parte do seu roteiro desta semana por Portalegre, Montenegro frisou que o que interessa, mesmo nesta fase em que Marcelo Rebelo de Sousa está a endurecer a sua posição relativamente ao Governo, é que o PS ouça o Presidente “e também a oposição e os portugueses”.
E, em resposta ao secretário-geral adjunto do PS, João Torres — que acusou o PSD de viver “agarrado à maledicência” e de não reconhecer os progressos que são mérito do Governo — Montenegro atirou: “Podíamos ficar apenas a torpedear (…) o PS, mas apresentamos alternativas. Isto não é maledicência”.
Para o presidente do PSD, o PS quer “jogar com as palavras” e dedicar-se a “fazer conferências de imprensa” para lhe responder — “andam com essas tiradas para trás e para a frente” — enquanto os sociais democratas estão focados em responder à vontade dos portugueses, que passará por “ouvir mais propostas concretas”.
Por isso, na Habitação, Montenegro voltou a frisar as suas críticas — algumas das quais são partilhadas por Marcelo — e a dizer ao Governo que é preciso “ter humildade” e “recomeçar” o processo. Um desafio que já tinha deixado ao PS, mas sem sucesso: o partido vai reconfirmar no Parlamento, assim que recomeçarem os trabalhos parlamentares, o pacote da Habitação que Marcelo vetou este mês.
“A vida continua”. PS evita choque com Marcelo e desdramatiza veto para “eleitorado” ver