O presidente executivo da companhia aérea australiana Qantas anunciou esta terça-feira, 5 de setembro, que vai antecipar em dois meses a reforma, num momento em que o grupo enfrenta uma ação judicial por vender passagens para voos cancelados.
“Nas últimas semanas, a atenção dada à Qantas e os acontecimentos do passado tornam claro para mim que a empresa precisa de dar prioridade à renovação”, afirmou Alan Joyce em comunicado.
Joyce declarou que, a partir de quarta-feira, Vanessa Hudson, nomeada em maio diretora-geral da Qantas, vai substituí-lo nas funções que desempenhou durante 15 anos.
O anúncio de Joyce surge na sequência de uma série de incidentes e queixas que prejudicaram a reputação da companhia aérea, acusada de preços elevados dos bilhetes, má qualidade do serviço, acumulando reclamações de créditos por cancelamentos de voos durante a Covid-19, sendo também criticada pela subcontratação de pessoal de terra no rescaldo da pandemia.
Além disso, a Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor, o órgão de vigilância da concorrência e do consumidor da Austrália, processou na semana passada a Qantas por ter promovido e vendido “de forma enganosa” milhares de bilhetes para mais de oito mil voos que já tinham sido cancelados entre maio e julho de 2022.
Embora Joyce tenha admitido na declaração desta terça-feira, 5 de setembro, que “teve muitos altos e baixos” e que ainda há “muito trabalho a fazer”, afirmou ter ficado satisfeito por deixar o grupo, que também inclui a transportadora de baixo custo Jetstar, “fundamentalmente forte” e “com um futuro brilhante”.
A Qantas divulgou na semana passada um lucro líquido de 1,74 mil milhões de dólares australianos (mil milhões de euros) para o exercício financeiro de 2022-23, o primeiro resultado positivo desde 2019, antes da pandemia de Covid-19.
O grupo conseguiu resistir à pandemia em virtude de 2,7 mil milhões de dólares australianos (1,6 mil milhões de euros) de apoio governamental dos cofres públicos, que incluiu subsídios salariais aos trabalhadores.