Paul Iera, um cidadão australiano de 36 anos, só queria estar com a amante — uma prostitua com quem mantinha relação —na Passagem de Ano e, como tal, teve de arranjar um plano para que a companheira não descobrisse. O que se seguiu, conta a imprensa local, naquela noite de 31 de dezembro de 2022 foi um alegado rapto, que lhe custou quase dez mil euros, e que começou com uma mensagem enviada para telemóvel da namorada.
“Obrigada por mandares o Paul até mim. Agora vais ter a vingança. Mas vou ser justo. Vou apenas mantê-lo até amanhã de manhã, ele dá-me a bicicleta e acabou. Ninguém vai magoá-lo, tens a minha palavra, querida”, podia ler-se na mensagem supostamente enviada pelos raptores, horas depois de o homem ter saído de casa às 11h45 da manhã do último dia daquele ano.
Perante esta confissão de rapto, a mulher contactou imediatamente as autoridades de Wollongong, na Nova Gales do Sul, mas o desaparecimento resolveu-se rápido. Na manhã de dia 1 de janeiro, Paul foi localizado a sair da sua carrinha, na província de Dapto, a sua cidade natal. O australiano acabou por ser detido e sob o crime de “acusação falsa com o objetivo de colocar outra pessoa sob investigação”, que dava uma pena até sete anos de prisão.
Ainda que Iera tenha aparecido logo, os agentes acabaram por dedicar mais de 200 horas à investigação do alegado crime — o correspondente a 9.800 euros gastos no rastreamento de chamadas telefónicas e em recursos humanos.
Paul “fugiu” à pena de prisão, mas foi mesmo condenado a 350 horas de serviço comunitário e a pagar uma indemnização à polícia, equivalente às horas gastas com o seu caso.
O advogado do australiano, Abbas Soukie, disse que este estava “satisfeito” por ter evitado a prisão, apesar de ainda se ter declarado culpado de mais três acusações pela posse de arma de fogo não autorizada.
Numa entrevista dada ao canal 9News, citada pela BBC, o advogado disse ainda que o seu cliente fez “enormes progressos na reabilitação” e “continua a beneficiar do apoio da sua família e da sua companheira, e deseja prosseguir a sua vida como membro produtivo da comunidade”.