O fotojornalista do Observador João Porfírio venceu esta terça-feira o prémio Gazeta de Fotografia, pelo conjunto de fotografias que fazem parte do conjunto de reportagens “Ucrânia – Os primeiros 75 dias de guerra”. As fotografias que recebem agora o prémio mais importante do jornalismo português foram publicadas entre 24 de fevereiro e 13 de junho de 2022 e foram tiradas em várias cidades ucranianas, como Kiev, Bucha, Irpin, Borodianka, Hostomel, Kharkiv, Mikolaiv, Odessa e Lviv.

As fotografias nesta seleção mostram um conflito que ainda não terminou. Esta guerra no centro da Europa tornou-se parte da rotina, mas não deve cair no esquecimento, como se fosse banal vermos homens, mulheres e crianças a morrerem diariamente, vítimas de bombardeamentos, nas suas cidades, vilas e aldeias, a 4 mil km de Portugal”, escreveu o júri deste prémio. “É uma reportagem que pretende mostrar os vários lados da guerra: quem morre, quem sobrevive e chora os mortos, quem abandona o seu país e a sua família para fugir à guerra e o perigo que chega muitas vezes dos céus contra a casa de civis.”

75 dias na Ucrânia

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Este prémio é uma iniciativa do Clube de Jornalistas e os vencedores agora anunciados publicaram os seus trabalhos durante o ano passado. Foram recebidos, no total, 90 trabalhos — entre fotografia, multimédia, texto, televisão e rádio.

Em relação às restantes categorias, Amélia Moura Ramos, jornalista da SIC, venceu o prémio Gazeta de Televisão, com a reportagem “A roupa dos brancos mortos”, Paula Borges, da RDP África, venceu o prémio Gazeta de Rádio, com a reportagem “Na arte de resistir – Somos Moçambique” e a jornalista Inês Rocha ganhou o prémio Gazeta de Multimédia, com o trabalho “Quis saber se o RPGD funciona. Então fiz download da minha vida”, publicado na Rádio Renascença. Já o Gazeta de Imprensa teve dois vencedores: Miguel Carvalho, com a reportagem “O braço armado do Chega”, na Visão, e Pedro Caldeira Rodrigues, jornalista na Lusa, com o conjunto de reportagens “Chove em Kiev”.

O Gazeta Revelação foi atribuído ao jornalista Daniel Dias, pelo trabalho “Há caçadores de água da neblina que querem criar novas florestas em Portugal”, publicado no Público, e o Gazeta de Mérito foi para Ana Sousa Dias, “detentora de uma sólida carreira jornalística, que deixou a sua marca em diversos meios”. Já o Gazeta de Imprensa Regional foi para o semanário diocesano Mensageiro de Bragança.