A primeira-ministra italiana disse esta terça-feira que a chegada de um grande número de migrantes do norte de África é uma “situação explosiva” e difícil de resolver, defendendo a importância de impulsionar o programa de investimentos conhecido como plano Mattei.
É preciso “impulsionar as parcerias energéticas com os países africanos e a cooperação para travar os fluxos migratórios”, afirmou Giorgia Meloni.
Meloni promete que Itália não será campo de refugiados da Europa
O plano Mattei, cuja verdadeira dimensão deverá ser revelada este mês, visa aumentar a cooperação com África, centrando-se na área da energia como forma de reduzir os fluxos migratórios.
Significa devolver à Itália o papel que tem no Mediterrâneo”, disse Meloni.
O plano Mattei está associado ao nome de Enrico Mattei, político democrata-cristão e resistente antifascismo que foi o fundador da petrolífera Eni.
O Ministério do Interior de Itália avançou esta terça-feira que 134.578 migrantes chegaram às costas italianas este ano, quase o dobro dos 72.252 que entraram no país no mesmo período de 2022.
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Já há duas semanas, o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros italiano tinha usado a expressão “explosiva” para descrever a crise migratória, afirmando que a situação relativa à chegada de migrantes procedentes do continente africano “não é explosiva, já explodiu“.
Não há muros que consigam conter o movimento de milhões e milhões de pessoas. Veja-se a história das invasões bárbaras. O exército de Roma, o mais poderoso da história militar, não conseguiu travá-las”, disse na altura Antonio Tajani.
Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês.