Quatro incêndios continuam ativos este sábado, na zona oeste e costa norte da Madeira, dois dos quais deflagraram durante a noite, mas não ameaçam habitações, indicou o Governo Regional, referindo que o combate envolve 100 operacionais.

“Neste momento, estamos, pensamos nós, numa fase final deste surto de incêndios, porque é provável que a temperatura se altere já depois de amanhã, mas ainda temos quatro frentes ativas”, disse o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, no decurso de uma visita ao concelho da Calheta, no extremo oeste da ilha, um dos mais afetados pelos fogos.

Além dos fogos que já lavravam na Ribeira da Janela, concelho do Porto Moniz (costa norte) e nos Prazeres, município da Calheta, durante a noite deflagrou um incêndio nos Terreiros, zonas altas do concelho da Ribeira Brava, que depois se estendeu aos Aviceiros, no concelho vizinho de Câmara de Lobos.

Incêndios: Porto Moniz e Calheta são as situações mais complexas

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Não há razões para estarmos com muitos alarmismos. Temos de ter calma e continuar a fazer o nosso trabalho, que, quer da parte da proteção Civil, quer dos corpos de bombeiros, tem sido muito bem feito”, disse Miguel Albuquerque.

O incêndio mais complexo é o da Ribeira Brava, para onde foi deslocada a equipa de 25 elementos da força especial de bombeiros da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para ajudar no combate às chamas.

No total, 100 operacionais combatem os incêndios, com apoio de 34 veículos e o único meio aéreo disponível na região autónoma.

Em relação aos concelhos da Calheta e Porto Moniz, onde o fogo lavrou com grande intensidade entre quarta e sexta-feira, a situação agora é de acalmia, mas mobiliza ainda 62 operacionais. O incêndio no Porto Moniz está em fase de vigilância ativa e rescaldo.

“Não há danos pessoais a lamentar em todos estes dias. Há alguns danos materiais, estamos a fazer o levantamento”, disse o presidente do Governo Regional, adiantando que será feita a “respetiva compensação” às famílias e empresários agrícolas. “Há mais palheiros e casas abandonadas afetadas, do que propriamente casas de habitação”, salientou.

Miguel Albuquerque disse, por outro lado, que o executivo regional está a equacionar a possibilidade de investir em mais um meio aéreo, pois a região dispõe apenas de um helicóptero de combate a incêndios, com um custo anual de 2 milhões de euros.

Nós gostávamos de ter um novo modelo de helicóptero que pudesse intervir durante a noite. Este nosso helicóptero, apesar de ser muito eficaz, está limitado durante a noite”, disse Miguel Albuquerque, para logo reforçar: “Vamos ter, possivelmente, que investir mais à frente num [novo] meio.”

Albuquerque avançou também que o Governo Regional pretende criar novos parques em áreas florestais para usufruto da população, substituindo as espécies infestantes por planas endémicas.

De acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, desde o dia 04 de outubro foram registados vários focos de incêndios nos concelhos da Ribeira Brava, Ponta do Sol, Câmara de Lobos e Calheta, todos localizados na zona oeste da ilha, e desde quinta-feira também no município do Porto Moniz, na costa norte.

O Governo da Madeira declarou na quinta-feira a situação de contingência devido aos incêndios e ativou o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil por um período de cinco dias, até segunda-feira.

O arquipélago da Madeira encontra-se sob aviso meteorológico laranja desde a semana passada devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, que diariamente ultrapassa os 30 graus. A situação vai prolongar-se até às 23h00 de domingo.