Um total de 787 imigrantes em Portugal pediram apoio do programa ÁRVoRE para regressarem ao país de origem nos primeiros nove meses de 2023, a grande maioria, 607, de nacionalidade brasileira, segundo dados da Organização Internacional das Migrações (OIM).

No mesmo período, 278 imigrantes regressaram aos seus países no âmbito daquele programa da OIM de apoio ao retorno voluntário e reintegração de imigrantes no país de origem, estando mais uma vez os brasileiros em maioria.

Este facto é justificado também por a comunidade imigrante brasileira ser a maior em Portugal, com mais de 400 mil pessoas.

A percentagem de imigrantes oriundos do Brasil inscritos no programa representa, assim, 77% do total de imigrantes inscritos até setembro, para tentarem aquele apoio.

“A percentagem daqueles [imigrantes brasileiros] que já ajudámos a retornar ao Brasil em 2023 é de 82%”, o que corresponde a 228 casos adiantou Vasco Malta, o chefe de missão da Organização Internacional das Migrações em Lisboa, nas respostas por escrito a questões colocadas pela Lusa.

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O responsável salientou que “o Brasil é a principal comunidade no âmbito do Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração”, pelo que a organização regista sempre “uma procura alta, que ronda os 80/85% em média” dos pedidos totais, salientou.

Já em 2022, ano em que o número de pedidos de apoio de imigrantes em Portugal para regressarem ao país de origem atingiu um recorde de 1.051, o número de cidadãos brasileiros foi de 913, ou seja 87%.

Naquele ano, o total de retornados com o apoio do programa ÁRVoRE foi de 394 pessoas, dos quais 350 eram cidadãos brasileiros.

O responsável da OIM em Lisboa justificou na altura os números de 2022 com desemprego, dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e à habitação e de regularização do cartão de residência.

De acordo com Vasco Malta, naquele ano não foi só o número de pedidos que aumentou, também cresceram “de forma surpreendente” os casos de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade”.

O programa ÁRVoRE, uma iniciativa da OIM, é cofinanciado pelo Governo português, através do ex-Serviço de Estrangeiros Fronteiras, atual Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), e pelo Fundo de Asilo, Migração e Integração da União Europeia.