O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considera que é uma “dupla impossibilidade” que haja interferência política em processos clínicos.

Santos Silva reagia assim, em declarações à CNN Portugal, ao caso das gémeas luso-brasileiras que receberam em Portugal um medicamento de dois milhões de euros — e em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, terá interferido para facilitar o processo.

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O caso da alegada cunha, inicialmente noticiado pela TVI, está já a ser investigado pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde. As crianças terão recebido o medicamento apesar de vários médicos terem estado contra a decisão, já que o medicamento em causa não teria um valor acrescentado para o estado de saúde das crianças.

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O caso já levou vários partidos a reagir, pedindo explicações sobre o sucedido. Porém, em declarações à CNN Portugal, Augusto Santos Silva reiterou apenas que não há interferência política em casos clínicos.

“Em Portugal, nem dirigentes políticos se metem em decisões médicas, nem médicos aceitam que dirigentes políticos se metam em decisões médicas. Portanto, parece-me uma dupla impossibilidade”, disse o líder do parlamento.