O ex-Presidente norte-americano Donald Trump rebateu esta quarta-feira a decisão do Supremo Tribunal do Colorado de afastá-lo das primárias republicanas naquele estado pelo seu papel no assalto ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021.
“Um dia triste nos Estados Unidos”, escreveu o ex-líder da Casa Branca (2017-2021) na sua rede social Truth (Verdade), em resposta à decisão emitida na terça-feira pelo mais alto tribunal do Colorado, que não tem precedentes nos Estados Unidos.
“Que vergonha para o nosso país!!!”, acrescentou Trump noutra publicação na rede social, onde também sugeriu que os Estados Unidos estão a tornar-se numa “república das bananas” e que a decisão representa mais um exemplo de “interferência eleitoral”, como já afirmou anteriormente em relação a pronunciamentos judiciais contra ele.
Noutra publicação, o candidato às primárias republicanas para as eleições presidenciais em novembro de 2024 afirmou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, “deveria abandonar todas essas falsas acusações políticas”, tanto criminais como civis, acrescentando: “Cada caso em que luto é trabalho do DOJ [Departamento de Justiça] e da Casa Branca. Tal coisa nunca aconteceu no nosso país”.
Não há indicação de que o Departamento de Justiça ou a Casa Branca tenham algo a ver com a decisão do Supremo Tribunal do Colorado, cujos juízes recorreram à 14.ª Emenda da Constituição, que proíbe pessoas que participaram numa insurreição de ocupar um cargo eleito pelo povo.
Com base nessa emenda, aprovada em 1868, o Supremo Colorado ordenou que se excluísse o nome do ex-Presidente dos Estados Unidos da lista de votação das primárias do Partido Republicano naquele estado.
Trump pretende levar o caso ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que terá a palavra final, segundo porta-vozes da campanha do antigo chefe de Estado.
Na sua rede social, Trump publicou também uma passagem de uma entrevista que o professor de direito Jonathan Turley, da Universidade George Washington, concedeu à rede conservadora Fox, assim que a decisão foi tornada pública.
“Este país é um barril de pólvora e este tribunal está simplesmente a atirar-lhe fósforos”, alertou o académico, que se manifestou contra a decisão do Supremo Tribunal do Colorado, composto integralmente por juízes nomeados pelos governadores do Partido Democrata.
O Colorado realizará as suas primárias presidenciais em 5 de março, conhecida como “Super terça-feira”, data-chave em que 16 estados votarão e que poderá definir a disputa.
As primárias republicanas começam no próximo dia 15 de janeiro com as eleições em Iowa, e Trump é o favorito, segundo todas as pesquisas, para enfrentar mais uma vez o atual Presidente, o democrata Joe Biden, nas eleições de novembro de 2024 para a Casa Branca.