A comissão eleitoral da Rússia travou, na secretaria, a candidatura da advogada e jornalista Yekaterina Duntsova, alegando “erros na documentação”.

A líder da comissão, Ella Pamfilova, disse que a rejeição foi unânime. E alegou-se, para travar a candidatura, “várias violações” e “erros na documentação” submetida, segundo a imprensa internacional. Mas deixou palavras de “consolo”: “É uma mulher jovem, tem tudo à sua frente. Qualquer senão pode ser transformado num ganho. Qualquer experiência continua a ser uma experiência”, cita a Reuters.

A Reuters escreve que terá visto imagens no Telegram que mostram os documentos com as respetivas assinaturas que a comissão eleitoral não considerou.

Duntsova, 40 anos, indicou no Telegram que vai recorrer da decisão para o Supremo Tribunal, considerando o travão injustificado e antidemocrático.

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“Com esta decisão política, somos privados da oportunidade de ter os nossos representantes e de expressar ideias que diferem do discurso oficial agressivo”, declarou no Telegram, citada pela Reuters.

Duntsova apelou ao liberal Grigory Yavlinsky para a escolher como candidata do partido Yabloko — em vez de uma candidatura independente — para que pudesse submeter novo pedido. Mas Yavlinsky declarou numa entrevista, no Youtube, que o Yabloko não pretende indicar qualquer candidato e por isso não apoiaria Duntsova “porque não a conhecemos”.

O Kremlin tem dito que Putin tem o apoio “genuíno” de toda a sociedade, com as sondagens a darem-lhe uma vitória de 80% nas eleições presidenciais marcadas para 17 de março. 

Entretanto este sábado, o deputado veterano Nikolay Kharitonov, de 75 anos, foi escolhido pelo Partido Comunista da Rússia como candidato presidencial, avançou a Europa Press. Kharitonov já tinha participado na eleição de 2004, na qual ficou em segundo lugar com 13,7% dos votos, a grande distância de Vladimir Putin, que venceu com 72%.

O candidato comunista às eleições de março de 2024, Nikolay Kharitonov, está sancionado pelos Estados Unidos e Reino Unido por ter assinado o decreto de 2022 que reconhecia as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk como “estados independentes”.

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