Várias histórias podiam ser escritas de forma diferente se o tamanho das balizas fosse outro. Talvez aquele penálti de Roberto Baggio, em 1994, não tivesse ido parar até perto das bancadas do Rose Bowl Stadium, por exemplo. O que é certo é que, ao longo dos tempos, de fora dos 2,44 metros de altura e dos 7,32 metros que separam os dois postes ficaram muitos golos e começa-se a pensar que as balizas são uma malha demasiado fina para tantos remates que lhes desferem.

“Perguntavam pelo Buffon mas não queriam saber do Gianluigi”: o lado B do italiano, contado pelo próprio

O precursor da teoria é Gianluigi Buffon que, numa entrevista ao Tuttosport, disse que o futuro do futebol deve passar por balizas maiores. “Fala-se em aumentar as balizas e acho que devíamos começar a pensar seriamente nisso. As medidas são as mesmas desde 1875. Na altura, se calhar, eram demasiado grandes, mas agora, vendo alguns guarda-redes, dá que pensar. A altura dos guarda-redes tem consequências nos remates de longe. Há 30 anos, em cada 50 remates de longe, dez eram golo. Hoje, devem entrar uns três. De longe é muito difícil marcar um golo a um guarda-redes de dois metros”, disse o antigo internacional italiano que lamentou não ter poder de decisão, remetendo para “órgãos que certamente irão considerar e estudar isso”.

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Buffon, que terminou a carreira em agosto de 2023, aos 45 anos, parece não ter uma posição consentânea com a dos herdeiros do lugar. Os atuais guarda-redes têm enfrentado regras cada vez mais apertadas, nomeadamente em situações de grande penalidade. Desde esta época, os jogadores que procuram defender remates da marca dos 11 metros estão impedidos de distrair o batedor, sendo que tal inclui a proibição de tocar na barra e nos postes.

O escrutínio sobre os guarda-redes neste tipo de lances aumentou com os desempenhos de Emiliano Martínez, guarda-redes da Argentina que se destacou no Mundial de 2022, no Qatar, ocasião em que a alviceleste levantou o troféu.“Estão sempre à procura de uma desculpa para o batedor marcar golo”, defendeu Emiliano Martínez numa entrevista à rádio argentina Urbana Play em agosto. “Os atacantes podem travar, podem fazer tudo, e nós nem podemos falar. Parece-me que está errado”.