Nem todos os Éder’s marcaram o futebol português da mesma forma. Este jogou meia época no Benfica. Não foi tempo suficiente para fazer mais de dez jogos, mas chegou com Alan Kardec e Airton no mercado de janeiro para ser campeão nacional em 2009/2010 numa caminhada para a qual contribuiu com um golo.

Éder Luís chegou ao Benfica, na altura treinado por Jorge Jesus, proveniente do Atl. Mineiro, clube ao serviço do qual tinha marcado 21 golos. Não se pode dizer que tenha propriamente encontrado o seu espaço na Luz, onde rivalizava com nomes como Cardozo, Nuno Gomes ou Saviola, tendo sido titular apenas quatro vezes. Na temporada seguinte, foi emprestado ao Vasco da Gama e não mais saiu do Brasil ao longo de uma carreira que durou até 2020 e que terminou no Uberlândia, tendo passando ainda pelo Dubai (Al-Nasr), Red Bull Bragantino, Ceará, São Bento e Guarani com apenas mais um título (Taça do Brasil em 2011).

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A partir daí, Éder Luís plantou sementes e cresceram novos caminhos. Hoje em dia, o antigo jogador leva uma vida dedicada à agricultura. “Hoje, estou na área da agricultura, mexo com a lavoura. Vem de família, pois o meu pai é agricultor. E eu vou para a lida: se tiver que rachar lenha, conduzir um trator, eu faço tudo. Já tirei leite também, mas já não o faço. Mas sei fazer as coisas todas. Hoje, o meu trabalho é esse”, disse numa entrevista ao Globoesporte. “No campo, o telemóvel quase não se liga e quando estamos a fazer coisas, estamos entretidos. A certo ponto é bom, porque vamos ocupando a cabeça, por outro lado, trabalhamos bastante. Jogar bola é mais fácil”.

Por muito que o futebol o tenha levado a conhecer outras realidades, Éder Luís conheceu cedo a vida no campo, pois até aos 15 anos cresceu numa zona rural. “Tive uma infância muito boa e proveitosa”, recordou. O passar dos anos proporcionou-lhe contacto com Jorge Jesus que, mais tarde, acabaria por se tornar figura de referência no Brasil. “O Jorge Jesus é diferenciado. A metodologia dele é interessante. Trabalhei só seis meses com ele, mas para mim foi o melhor treinador que tive”, destacou. “Houve um jogo que a equipa goleou, mas sofreu um golo. No dia seguinte, fez uma palestra e não falou dos nossos golos, ele só falou do golo que sofremos”.

A ligação de Éder Luís terminou ao fim de seis meses devido à dificuldade de adaptação do jogador a Portugal. “Cheguei lá depois de ficar de férias durante 30 dias e a equipa estava a meio da temporada. Depois, comecei a melhorar fisicamente, mas aí acabou o Campeonato. Foi um desgaste e eu pedi para ir embora”, contou sobre uma percurso que Jorge Jesus não queria que terminasse. “O Jorge Jesus ligou-me algumas vezes para voltar. O Saviola ia sair e ele queria que eu voltasse para o lugar dele. Mas já estava super bem no Vasco, a minha família estava adaptada ao Rio de Janeiro e aí fiquei [no Brasil]. Acho que se eu tivesse começado a temporada de início talvez tivesse uma carreira um pouco melhor na Europa”.