O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, chegou a ironizar com o projeto da Superliga, descrevendo-o como uma “fantástica competição com dois clubes”. De facto, além de Barcelona e Real Madrid, o projeto não tem conquistado muitos mais clubes do futebol europeu. A falta de popularidade desmotiva o CEO da A22, a empresa que trabalha o desenvolvimento da competição, na tentativa de angariar participantes.

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O principal argumento de Bernd Reichart, além da gratuitidade das transmissões dos jogos, é o maior poder dos clubes na gestão da prova. “O nosso objetivo é capacitar os clubes europeus para criarem uma alternativa e encontrarem uma solução para muitos dos problemas que enfrentam. Se os clubes conseguirem decidir pela primeira vez sobre as suas próprias competições e não serem geridos por terceiros que lhes digam o que fazer com as competições europeias, o que é o oposto daquilo a que os clubes estão habituados nas suas ligas nacionais, então conseguimos algo”, disse o empresário alemão numa entrevista ao Mundo Deportivo. “Cheira a tempo novo e a mais soberania para os clubes. São os clubes que apoiam o futebol e assumem todos os riscos do negócio e estão legitimados para tomar decisões sobre as suas próprias competições que ultimamente não rendem ao nível que podem”.

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Apesar da intenção ser que a Superliga comece na temporada 2025/26, Bernd Reichart admite não estar em condições de avançar com uma data para o começo, embora considere que se trata do melhor caminho para desenvolver também as competições internas. “A possibilidade de prever quantos jogos europeus irão disputar vai-lhe permitir ajustar o plantel para o dobro ou o triplo do esforço. A Superliga não invade o calendário nacional, está acoplada e mantém a dinâmica competitiva de qualificação, com um bom ano a nível nacional, para a Superliga. Isto fortalece os clubes que regressam com recursos económicos e melhores talentos ao seu campeonato nacional. Podem formar equipas melhores e podem manter, reter ou contratar talentos. Isso também alimenta e revitaliza o campeonato nacional”, assegurou o CEO da A22 ao jornal espanhol.

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A competição está pensada para ter três divisões e garante aos clubes a participação em pelo menos 14 jogos por ano. A Superliga ganhou uma nova vida quando o Tribunal de Justiça da União Europeia declarou que houve abuso de poder por parte da UEFA e da FIFA quando se opuseram à criação da prova no passado mês de dezembro.

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