A Coreia do Norte vai abrir as suas fronteiras à atividade turística pela primeira vez desde o início de 2020, quando o país liderado por Kim Jong-un encerrou por completo as fronteiras para evitar a entrada da Covid-19 no território. Os primeiros a entrar? Um grupo de turistas russos que vão visitar a capital, Pyongyang, e fazer férias numa estância de esqui norte-coreana.

Segundo a agência Reuters, esta primeira abertura de fronteiras ao turismo estrangeiro surge depois de, em dezembro, o governador da província russa de Primorsky Krai (que faz fronteira com a Coreia do Norte), ter visitado Pyongyang para debater a possibilidade com as autoridades norte-coreanas.

A reabertura das fronteiras fica marcada por uma viagem de inverno que, ainda de acordo com a Reuters, está a ser organizada por uma agência de viagens com sede em Vladivostok. A viagem em grupo inclui uma visita à capital norte-coreana, Pyongyang, e alguns dias numa estância de esqui do país. A partida está marcada para o dia 9 de fevereiro.

Em declarações à Reuters, Simon Cockerell, responsável da agência de viagens chinesa Koryo Tours, que organiza viagens à Coreia do Norte mas que não está envolvida nesta viagem em específico, explicou, contudo, que esta visita acontece em “circunstâncias especiais” e que poderá não conduzir a uma “abertura mais alargada” das fronteiras para já. “Ainda assim, dado que não houve turistas durante mais de quatro anos, qualquer viagem turística pode ser vista como um passo em frente.”

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A Coreia do Norte, o país mais isolado do mundo, intensificou ainda mais o seu isolamento no início da pandemia de Covid-19, proibindo a entrada de turistas, retirando diplomatas, impondo duras restrições ao comércio de mercadorias, incluindo com a China, o maior parceiro comercial do país, o que motivou um enfraquecimento ainda maior da economia norte-coreana. Só em agosto de 2023, por exemplo, é que a Coreia do Norte começou a permitir o regresso dos seus próprios cidadãos que se encontravam no estrangeiro.

Durante cerca de dois anos, o regime da Coreia do Norte alegou que a Covid-19 não tinha entrado no país. Os primeiros casos foram oficialmente confirmados só em maio de 2022, o que motivou um confinamento estrito do país.

O regime de Kim Jong-un tem estado sob os holofotes mediáticos depois de, em setembro, o líder norte-coreano ter estado na Rússia para uma cimeira com Vladimir Putin, na qual os dois países se comprometeram a aprofundar a cooperação militar e económica.

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Entretanto, os Estados Unidos acusaram a Coreia do Norte de ter entregue material militar à Rússia para usar na guerra contra a Ucrânia, o que levou vários países ocidentais, incluindo Portugal, a condenar o uso de mísseis norte-coreanos pela Rússia. Na sequência do uso de armamento norte-coreano pela Rússia, os Estados Unidos já anunciaram novas sanções contra Moscovo.