Portugal esteve esta segunda-feira ao lado do grupo das 20 maiores economias do mundo que demonstraram preocupação relativamente ao tema do saneamento e resiliência da água, disse a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.
À margem do primeiro dia da Reunião Ministerial de Desenvolvimento, que decorre na cidade brasileira do Rio de Janeiro, Inês Domingos disse que o Governo português defendeu na reunião que “a água e o saneamento devem ser tratados na perspetiva até dos direitos humanos, não só na ação climática, mas na perspetiva dos direitos humanos”.
“O tópico da resiliência da água, defendido até pelo senhor primeiro-ministro, é uma área que naturalmente onde os nossos interesses se alinham com os interesses do Brasil”, disse aos jornalistas a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.
Numa declaração final divulgada no final da primeira sessão, o responsáveis pelo desenvolvimento dos países do G20 e observadores, como Portugal, advertiram para o défice de acesso universal à água potável, saneamento básico e serviços de higiene e que objetivo está atualmente “fora do caminho” devido aos crescentes desafios das alterações climáticas.
Sublinharam que é urgente acelerar os progressos neste domínio, face aos desafios da crise climática, da degradação ambiental e das desigualdades no acesso a estes recursos essenciais.
Um tema que “preocupa muitíssimo” Portugal, disse Inês Domingos, sublinhando que o país tem feito um esforço muito grande “para combater os efeitos das alterações climáticas, em particular no tema da água”.
A título de exemplo, a secretária de Estado frisou que Portugal tem feito pressão junto da União Europeia, disse, “para pôr na agenda o tema da resiliência da água”.
Na reunião desta segunda-feira de manhã, os ministros e representantes de cada país comprometeram-se a dar prioridade à água, ao saneamento e à higiene “nas suas agendas nacionais e internacionais” e pediram aos Estados-Membros que aumentem a cooperação técnica para melhorar estes serviços nas zonas rurais e suburbanas.
Sublinharam também a importância de reforçar os sistemas que fornecem serviços equitativos, inclusivos, integrados e resistentes ao clima e catástrofes.
Portugal, que foi convidado, assim como Angola, pela presidência brasileira para membro observador do G20, estará representado, de acordo com fontes diplomáticas à Lusa, pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos (Reunião Ministerial de Desenvolvimento), pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel (reunião da Força-Tarefa do G20 para o Estabelecimento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza) e pelo secretário de Estado Adjunto e do Orçamento, José Maria Brandão de Brito (ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20).
Em Fortaleza, entre quinta e sexta-feira, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, será a representante portuguesa na reunião do Grupo de Trabalho sobre Emprego.
As prioridades do Governo brasileiro para esta presidência são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.
Os membros do G20 são as 19 principais economias do mundo: Estados Unidos da América, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia, mais a União Europeia e a União Africana.
O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de dezembro de 2023, convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização, assim como a Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).