O primeiro-ministro disse que esta sexta-feira é um dia “muito triste” para o país, após a morte confirmada de quatro dos cinco militares da GNR que estavam no helicóptero de combate a incêndios que amarou no rio Douro, em Lamego.

“Hoje é um dia muito, muito triste para Portugal. É com profundo pesar, consternação e muita solidariedade que apresentamos às famílias dos quatro militares que padeceram neste trágico acidente, uma referência de todo o apoio que é possível numa ocasião como esta. Quero também transmitir a nossa solidariedade à Guarda Nacional Republicana pela ocorrência deste acidente e pelas suas consequências”, afirmou Luís Montenegro, numa unidade hoteleira, em Lamego, distrito de Viseu, acompanhado da ministra da Administração Interna.

O primeiro-ministro assegurou que “está a ser tudo feito” pelas entidades responsáveis pela busca e salvamento, enaltecendo a forma como responderam ao alerta, acrescentando que o Governo vai decretar, no sábado, um dia de luto nacional, decisão tomada em concordância com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também esta sexta-feira esteve em Lamego, mas que não prestou declarações.

“Em consonância com a proposta do Governo, sua Excelência o Senhor Presidente da República anuiu que fosse decretado dia de luto nacional, amanhã [sábado], em homenagem à dedicação, ao brio, à entrega destes homens, e neles todos os quantos todos os dias ao serviço de várias Instituições da República Portuguesa prestam apoio e socorro às pessoas e à proteção dos bens dos portugueses”, justificou Montenegro.

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O primeiro-ministro foi confrontado pelos jornalistas com as críticas por ter subido a bordo de uma lancha dos bombeiros e acompanhar as operações.

“Tive a ocasião de poder verificar no local toda a magnitude desta operação, mas sobretudo foi-me permitido estar com os mergulhadores, que estão também eles a desempenhar uma missão muito perigosa. Quis transmitir-lhes também o nosso apreço pelo esforço que estavam e estão a fazer neste momento para tentar encontrar o corpo que falta”, justificou o Montenegro.

O líder do governo lembrou que o rio Douro, nesta ocasião do ano, “tem uma grande dificuldade de visibilidade e as operações de mergulho são bastante complexas e perigosas“.

“É minha obrigação e responsabilidade, em nome do povo português, estar ao lado daqueles que também arriscam a sua vida, mesmo nesta circunstância trágica, nestas operações. Cumpro a minha obrigação de representar o Governo da República Portuguesa, de representar os portugueses, de poder acompanhar aquilo que foi e é um episódio muito triste e de poder enaltecer o trabalho de todas as Instituições e dos seus responsáveis que estão aqui a dar tudo o que têm. São mais de 122 operacionais que estão neste momento em execução de tarefas e de missões”, destacou o primeiro-ministro.

Questionado se a sua presença não podia desviar as atenções do essencial, da busca e resgate dos ocupantes, Luís Montenegro refutou essa possibilidade.

“Sinceramente creio que a presença de primeiro-ministro não foi motivo de nenhuma perturbação nas operações de busca. Fazer disso crítica ou caso, francamente, acho que é um desrespeito pelas Instituições. Já não digo por mim, porque eu sou muito pouco importante a esse respeito. Mas as Instituições que eu represento como primeiro-ministro, o povo português que eu represento, estas mulheres e estes homens da Guarda Nacional Republicana, dos bombeiros, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, das Forças Armadas, da Marinha, do Exército, da Força Aérea, merecem que os responsáveis pelas tutelas destas áreas possam estar ao seu lado. Não tive nenhuma intervenção nem pretendo ter do ponto de vista operacional, mas tenho um enorme respeito por aquilo que estes homens e mulheres estão a fazer”, argumentou Luís Montenegro.