A Associação Nacional de Farmácias (ANF) apelou esta quinta-feira à vacinação contra a gripe e a Covid-19, salientando que “as farmácias comunitárias estão totalmente preparadas para vacinar a população”.
A reação da presidente da ANF, Ema Paulino, surge depois de a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, ter dito na quarta-feira que o plano de vacinação iria manter a possibilidade de os cidadãos se vacinarem nas farmácias, pelo segundo ano consecutivo.
“Todos queremos uma Saúde mais próxima, e o alargamento da vacinação às farmácias veio facilitar o acesso às vacinas, mais perto de casa, em horários alargados, num ambiente seguro e de confiança”, salientou Ema Paulino, numa mensagem enviada à agência Lusa.
Segundo a responsável, a experiência adquirida na campanha anterior veio reforçar ainda mais a confiança e a satisfação das pessoas no processo de vacinação nas farmácias, em proximidade.
Deixando um apelo à população para seguir as recomendações das autoridades de saúde e vacinar-se, Ema Paulino realçou que “as vacinas são seguras e eficazes” e “evitam doenças graves”.
A campanha de vacinação sazonal do outono-inverno de 2024-2025 começa no final de setembro, com a vacina da gripe reforçada para os utentes com mais de 85 anos, anunciou na quarta-feira Ana Povo.
“O plano de vacinação vai começar entre a terceira e quarta semana de setembro”, disse, durante a apresentação do balanço do Plano de Emergência e Transformação na Saúde, no Ministério da Saúde, em Lisboa, na quarta-feira.
“Além da vacina da Covid-19 e da vacina da gripe, nós, este ano, vamos ter a vacina da gripe reforçada — dose reforçada — para os utentes com mais de 85 anos”, sublinhou.
Ana Povo explicou que, com o reforço da vacinação aos idosos com mais de 85 anos, o Ministério da Saúde pretende que haja “menos sobrecarga nos serviços de urgência” dos hospitais.
“Além disso, e já foi anunciado previamente, vamos vacinar as crianças contra o vírus sincicial respiratório, que, nesta altura do ano, do inverno, é uma situação que sobrecarrega não só as urgências, mas também os internamentos pediátricos”, realçou.
A governante lembrou que a sobrecarga, que se prevê que se agrave ao longo inverno, não está só dependente da afluência dos doentes aos hospitais”.
“Está também dependente da inexistência — muitas vezes — de camas para internar os doentes que necessitam de internamento nas urgências. Isto sobrecarrega as equipas, as equipas não aumentam, chegam às urgências e têm doentes internados na urgência”.
Por isso, o Governo está a trabalhar para aumentar as camas no setor social, de forma a tirar dos hospitais os doentes que não necessitam de internamento, salientou.
Na conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse que o diretor executivo do SNS, António Gandra d’Almeida, “a seu tempo fará a apresentação do plano de inverno, juntamente com os outros dirigentes do Ministério da Saúde”.
O Governo vai gastar 7,6 milhões de euros com a vacinação contra a Covid-19 e a gripe nas farmácias e quer ter mais pessoas vacinadas até ao final de novembro.
A portaria, assinada pela secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, indica que, além da aquisição das vacinas, está previsto “um impacto orçamental até 7.600.000 euros, correspondente à remuneração que, no total, será paga às farmácias”, sendo sublinhado o objetivo de “assegurar elevados padrões de eficiência e efetividade” com este processo.