Durante a manhã de terça-feira, um médico no hospital italiano Francesco Ferrari, em Casarano, foi atacado por um doente. Este foi um de vários ataques ao longo das últimas semanas, de pacientes a profissionais de saúde. Os sindicatos já pediram ao governo italiano para que reforçasse a segurança nos estabelecimentos com um reforço da presença militar nos edifícios.

No caso de Casarano, o mais recente de diversos ataques, de diferentes intensidades, nos hospitais em Itália, o médico foi pontapeado no abdómen pelo paciente, enquanto este se preparava para uma cistoscopia. O médico terá saído da sala para informar a mulher do doente que o exame não poderia ser retomado, e quando voltou ao consultório, o homem voltou a agredi-lo antes de sair.

Em Foggia, os casos foram relativamente mais intensos, com dois ataques em menos de 24 horas. De acordo com o Il Messaggero, o primeiro, que ficou registado em vídeo, ocorreu na sequência da morte de uma jovem de 23 anos que foi sujeita a uma operação de emergência. Cerca de 50 familiares da jovem agrediram os profissionais de saúde, forçando os médicos e enfermeiros a barricar-se numa sala do hospital. Ainda no mesmo estabelecimento, pouco tempo depois, um rapaz esmurrou três enfermeiros, depois de se ter deslocado às urgências com um ataque de ansiedade.

O aumento destas ocorrências em hospitais levou a apelos pelos diversos sindicatos dos profissionais de saúde. Antonio De Palma, presidente do sindicato de enfermeiros Nursing Up, relatou34 episódios de violência, física e psicológica“, durante o mês de agosto. Filippo Anelli, presidente da federação italiana de médicos, juntamente com a presidente da organização homóloga de enfermeiros, apelaram à intervenção da primeira-ministra. Os responsáveis daquelas organizações pediram a Giorgia Meloni que destacasse apoio militar para as infraestruturas hospitalares, “para fazer com que os cidadãos e os médicos se sintam seguros”.

O ministro da Saúde, Orazio Schillaci, segundo avança a Reuters, classificou os ataques de “vergonhosos” e o seu vice-ministro diz que os agressores “não vão sair impunes”. Foi proposta uma lei, por um senador do partido de Meloni, Fratelli d’Italia, com o intuito de “excluir os agressores de profissionais de saúde de tratamento médico gratuito durante três anos“.

O ministério da Saúde italiano registou mais de 16 mil ataques a médicos e enfermeiros em 2023.

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