Durante a manhã de terça-feira, um médico no hospital italiano Francesco Ferrari, em Casarano, foi atacado por um doente. Este foi um de vários ataques ao longo das últimas semanas, de pacientes a profissionais de saúde. Os sindicatos já pediram ao governo italiano para que reforçasse a segurança nos estabelecimentos com um reforço da presença militar nos edifícios.
No caso de Casarano, o mais recente de diversos ataques, de diferentes intensidades, nos hospitais em Itália, o médico foi pontapeado no abdómen pelo paciente, enquanto este se preparava para uma cistoscopia. O médico terá saído da sala para informar a mulher do doente que o exame não poderia ser retomado, e quando voltou ao consultório, o homem voltou a agredi-lo antes de sair.
Em Foggia, os casos foram relativamente mais intensos, com dois ataques em menos de 24 horas. De acordo com o Il Messaggero, o primeiro, que ficou registado em vídeo, ocorreu na sequência da morte de uma jovem de 23 anos que foi sujeita a uma operação de emergência. Cerca de 50 familiares da jovem agrediram os profissionais de saúde, forçando os médicos e enfermeiros a barricar-se numa sala do hospital. Ainda no mesmo estabelecimento, pouco tempo depois, um rapaz esmurrou três enfermeiros, depois de se ter deslocado às urgências com um ataque de ansiedade.
Foggia: aldilà delle eventuali responsabilità, ma pare normale che più di 50 persone aggrediscono dei medici, infermieri costringendoli ad asserragliarsi all'interno di uno studio medico per evitare di essere malmenati (una dott.ssa ha riportato una frattura alla mano)? pic.twitter.com/y7fCKRVe6i
— Noi Radiomobile (@NoiRadiomobile) September 7, 2024
O aumento destas ocorrências em hospitais levou a apelos pelos diversos sindicatos dos profissionais de saúde. Antonio De Palma, presidente do sindicato de enfermeiros Nursing Up, relatou “34 episódios de violência, física e psicológica“, durante o mês de agosto. Filippo Anelli, presidente da federação italiana de médicos, juntamente com a presidente da organização homóloga de enfermeiros, apelaram à intervenção da primeira-ministra. Os responsáveis daquelas organizações pediram a Giorgia Meloni que destacasse apoio militar para as infraestruturas hospitalares, “para fazer com que os cidadãos e os médicos se sintam seguros”.
O ministro da Saúde, Orazio Schillaci, segundo avança a Reuters, classificou os ataques de “vergonhosos” e o seu vice-ministro diz que os agressores “não vão sair impunes”. Foi proposta uma lei, por um senador do partido de Meloni, Fratelli d’Italia, com o intuito de “excluir os agressores de profissionais de saúde de tratamento médico gratuito durante três anos“.
O ministério da Saúde italiano registou mais de 16 mil ataques a médicos e enfermeiros em 2023.